sexta-feira, junho 27, 2008

O MARAVILHOSO MUNDO DE DEUS

Da criteriosa, bonita e legível reportagem EM BUSCA DA ORIGEM DO UNIVERSO da Revista VEJA de 25/06/08 (55 páginas idoneamente trabalhadas por 31 profissionais habilitados), pinçamos alguns tópicos exemplares para o proveito dos leitores deste jornal, prevenindo-os que abrimos e fechamos aspas em todas as transcrições literais e que as partes sem aspas são minhas adaptações (reduções) de trechos mais amplos. - “A natureza sempre dá um jeito de nos surpreender e a ciência vai continuar fazendo novas perguntas, porque o homem é uma espécie curiosa” (André Parker, físico experimental). - Se não acontecesse “a súbita expansão inicial, o Big Bang (....) a terra teria se cozinhado na vizinhanças do Sol e hoje seria apenas uma pedra tórrida circulando o astro”. - Das moléculas orgânicas nascem o ritmo as cores, os sons, os sinais dinâmicos, ou seja, a Vida, pois “para Deus nada é impossível”. - Se o universo está se expandindo e resfriando é porque já foi pequeno e quente. “As partículas primordiais se fundiram, formando prótons e nêutrons (...) que depois se uniram para formar os primeiros núcleos atômicos (...), que unindo-se aos elétrons criaram os primeiros átomos (...). Assim a radiação cósmica se formou – e nasceram as estrelas, o sistema solar e os primeiros microrganismos, ou seja, a VIDA. - As estrelas são bolas de fogo: umas queimam a 3.000 graus e outras a 30.000 graus. Um fogo que não se extingue? Que não vira cinza? - Os planetas e as estrelas possuem um campo gravitacional que amarra seus gazes em seus arredores. - “Somos feitos dos mesmos elementos que deram origem às estrelas e aos demais corpos celestes. Os elementos químicos dos seres vivos (carbono, nitrogênio e oxigênio são sintetizados nas fornalhas nucleares no interior das estrelas”. - “Menos de 5% do universo é feito do tipo de matéria (átomo) que conhecemos e é visível aos nossos olhos”. - Se a terra parasse de girar, “o dia terreno teria a duração de um ano, metade com luz solar e metade no escuro”. O efeito estufa e a glaciação inviabilizariam a vida no planeta. - Se a lua fosse embora da atmosfera, morreríamos na alternância do frio e do calor. O sol e a lua são os nossos vizinhos benfeitores. - O que a ciência mais busca agora é o bóson de Higss, chamado no alto da página 96 de “PARTÍCULA DE DEUS”: um dos tijolos fundamentais da construção do cosmo, responsável pela existência de massa no universo. Sem essa partícula “não existiriam ar, água, terra nem, claro, seres vivos... Sem ela, os físicos vão precisar de outra teoria para explicar como Deus criou a mulher”. -“ O homem moderno surgiu no chamado período quaternário que se iniciou há, 1,7 milhão de anos atrás, depois dos cetáceos, dinossauros, répteis, os primeiros mamíferos, os insetos com asas, os anfíbios e os insetos, os primeiros invertebrados, os vertebrados, os moluscos e artrópodes e estromatólitos”. Os cientistas modernos mais credenciados colocam a criação do universo num momento único, o Big Bang, que “consistiu na súbita expansão de uma única partícula”(...) Este Big Bang, do qual temos conhecimento há poucas décadas, pode muito bem ser descrito pela primeira frase do Gênesis: “NO PRINCÍPIO DEUS CRIOU O CÉU E A TERRA”. O que Deus fazia antes de criar o céu e a terra? “Não fazia nada”, assegura Santo Agostinho, no século IV de nossa era. Não fazia nada porque não existiam o espaço nem o tempo. Einstein afirma que “as coisas não ocorrem sem uma causa” – e o pensamento religioso prega que “a causa de qualquer acontecimento ou fenômeno pode ser, simplesmente, a vontade divina”. Então, pois: “no princípio era a Partícula. Essa Partícula era Deus”. Bem dito, muito bendito. ADENDO. Enquanto os cientistas, teólogo e filósofos estudam e ensinam as origens, as atualidades e o futuro da vida e do universo, constata-se (ainda no mesmo número da revista VEJA, em criterioso artigo de J.R. Guzzo que “cerca de 20% de todos os integrantes do congresso nacional estão envolvidos em processos criminais; há, neste momento, 281 ações penais contra 81 senadores e 513 deputados federais. (...) O presidiário Fernandinho Beira-Mar deve lamentar amargamente, de sua cela na penitenciária ter errado de profissão: se tivesse entrado para a política, hoje estaria com a vida que pediu a Deus”. É o Diabo, meu Deus, não é? O político brasileiro (segundo o conceito do cineasta David Mamet, explicando (ainda na referida Revista) as semelhanças comportamentais de John Kennedy e George Bush), não consegue camuflar sua ambição de riqueza material a não ser fazendo pactos pessoais com o próprio Diabo. Quê quiabo, heim...? Mais vale o rifão ao mesmo tempo científico e popular a dizer que “O mundo é grande e Deus é maior”. E também, um outro, que a propósito ocorreu-me: “Quem deve a Deus paga ao Diabo”. Pagará mesmo ou levará a justiça na conversa, confiando na brasileira e folclórica impunidade? Cartas para a redação.