NOSSA FAMÍLIA
Os sabores aparentados nos apetites e paladares
As interações, correlações, ilações, conotações
As coisas e seres que lembram outras e outros
(Umas e uns mais que as outras e outros?)
É só ver a moça no alpendre ou na janela e alinhá-la
Na estirpe dos guimarães, no estilo dos souzas
E reportar às menções fenícias, enredá-las
Nos traços e gestos e modos de sorrir e de olhar
E remontar aos meneios e obliqüidades e dissimulações
Das concebidas sem pecado original
Das sertanejas do norte de minas
das escoladas do sul de minas
das citadinas de todos os lugares brasileiros.
É só ver os olhos aproximando dos olhos
Rever o rosto e imaginar o resto do corpo
As pontas delgadas das africanas
A cútis ensolarada das iracemas
As tácitas afinidades de longe sentidas
Os apreciados versos da poesia oral
Os tipos de cascas e de folhas e de fraturas
Identificáveis da raiz ao cerne à ponta
(Da árvore genealógica)
Logo catalogadas nos blocos da consangüinidade
Depois ouvir as melodias, sentir as aparições
A delícia de lamber os próprios lábios
Coagular
A reciprocidade da saudação da súbita benquerência
Constatar
Que estamos em casa na tradução do vernáculo
No mosaico genético das deambulações
No telúrico e anímico e onírico
Mapa das identificações sementais e ovulares
Das legítimas e naturais confraternizações saudações,
Cordiais saudações,
e
Sensuais.
1 Comments:
O autor do texto, Lázaro Barreto, tem a dizear que houve um erro no final do poema, onde a palavra "saudações" aparece duas vezes, sendo que a segunda grafia deve ser eliminada, ficando o triptico final com a seguinte redação:
Cordiais
e
Sensuais.
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