LITERATURA GENÉTICA
Stella Tavares casada com Glauco Macedo, filha de Raimundo José Tavares (Lute) e de Maria do Rosário Tavares (ele, depois de enviuvar-se, casou com Antônia Alves Campos, com quem teve os filhos Regina Coeli Aparecida Tavares cc William Teófilo de Bessas; e Régis José Tavares). Os filhos do primeiro casamento são: Terezinha de Jesus Tavares cc Cezar Mateus; Maria de Fátima Tavares cc Walter Teixeira Martins e depois com Marcelo Bahia Tavares; Antônio José Tavares cc Ana Coutinho Tavares; Maria Auxiliadora Tavares Duarte cc Emerson Tadeu Duarte Cruz, pais de Adriano Tavares Duarte Cruz; e José Pedro Tavares cc Lúcia Vilela. Ascendência dos filhos e filhas do Lute pelo lado paterno:Avós: Esmeraldina Cândida Tavares casada com o primo José Pedro Tavares. Bisavós: Necésio José de Oliveira Barreto cc Joaquina Rosa de São José. Trisavós: Antônio José de Oliveira Barreto cc Maria Arcângela Tavares. Pentavós: Bernardo José de Oliveira Barreto cc Josepha Maria de Jesus. Sexta geração: Antônio José de Oliveira Barreto cc Anna Joaquina Cândida de Castro, filha de Faustino José de Castro e de Rosa Angélica da Luz. Sétima geração Gregório Francisco de Oliveira e Maria Rosária Ribeira de Freitas, nascidos e falecidos nos arcebispados de Braga e de Angra, respectivamente, Portugal, no século 18. Pelo lado materno a ascendência é das famílias Santos, Souza, Castro e Freitas. Stella é escritora e poeta, redatora de muitos textos dramáticos encenados por novelas e seriados da televisão brasileira. Nunca estranhei sua facilidade de expressão comunicativa, sabendo que é parte de uma família insólita, por assim dizer. Seu pai, Raimundo José Tavares (o Lute), um monumento moral como ser humano, foi funcionário público, advogado prático e, como jornalista, deixou uma coleção de jóias em forma de crônicas publicadas em vários jornais, sob o título “Com a Boca na Botija”, que tanto merece uma reedição em forma de livro. Seus irmãos José Pedro Tavares, Maria de Fátima Tavares, Antônio José Tavares e Dora Tavares Duarte (esta ficou ausente em meu livro de genealogia da Família Oliveira Barreto, por um imperdoável erro de revisão, que será corrigido numa próxima edição): todos são poetas e prosadores da melhor qualidade, com muitos livros em prosa e verso publicados, com ótima aceitação nos meios literários. É com muito prazer que transcrevo, abaixo, os poemas de Dora, de Stella, de Maria de Fátima e de Antônio José Tavares. DONA DE CASA - Dora Tavares. Sou dona de casa Não tive um caso E da vida sou amante: Mas quando entristeço Sorrio entre dentes, pra não desagradar. Lavo, repasso Lembranças de Amélia E transformo incipientes Rotinas em dias de luz. Além das compras do mês, Acumulo surpresas no armário; Transformo bolos de arroz em banquetes de reis. Enxáguo as mágoas. enxugo o que sobra De todas as alucinações. Retiro a mistura E de bênçãos me cumulo. De dia, rainha do lar. De noite, princesa. Vendo minha progenitura Pelos braços do eleito, Após a novela, A Eva das oito. Faço-me Rapunzel No dia a dia, Nesta torre de Babel Sou Penélope paciente Curada ou doente, Sou Raquel de Jacó, Nos meus dias de Lia. Sou prudente Sou serpente E soro contra O que não mordeu, Trago o céu incrustado Por entre os dedos, Onde escorreu o veneno e, às vezes, o bom-senso. SÃ CONSCIÊNCIA - Stella Tavares. Sou quase uma mulher de meia idade, muito embora ninguém nunca tenha dito de quantos anos é feito uma idade inteira. Uma mulher que deflora o tempo, divide ao meio, transita por suas infinitas passagens e que aprendeu a extrair o seu poder anestésico e cicatrizante. Manuseio o tempo, mantenho-o em lugar seco, arejado, e o sorvo em forma de alquimia. EU - Maria de Fátima Tavares. Serpenteei nas sombras e nos sóis ao encalço daquilo que me fizesse bem. No arrastar dos dias, intermináveis noites, a vida aflora, afora o vivido e o jogado fora. Sai-me bem, embora incauta e impura ao vislumbrar o resto. O que sobrou são sonhos no fim e no recomeço. Reconheço. Rescindo. Salpico. Saltito. Coço-me. E se me enrosco nas grenhas, perfaço as brenhas. Incuto-me. SEGREDO NÃO QUEBRADO - Antônio José Tavares. Queres saber quem eu sou? Eu nunca sou, eu sempre estou. Pergunte ao vento que sussurra Às estrelas, à lua Ao sol que descamba no horizonte À noite com seu negrume, Ao gaitear da cachoeira, Ao mistério das matas. Pergunte ao contador de histórias Nas praças, até mesmo à pequena flor À beira dos caminhos. Pergunte aos deuses e aos diabos. Às vezes sou manjar perfeito, Outras, migalha caída no prato, Sou sorriso, as lágrimas, o talvez. Sou o cristalino das águas do lago, Sou o lodo, o alagado. Então, pergunte-me apenas: Quem é ela? É a manhã raiada, o beijo molhado, o enigma decifrado. Assim saberá quem eu sou.
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