A LEMBRANÇA DE WILHEIM REICH
Quando se chega ao cerrado ou à floresta, o que se vê mais depressa é a disseminação da libido em todos os sentidos, a ausência das neuroses e das fisionomias cansadas nos seres e nas coisas. Nenhuma árvore sofre a taxa de juros, nenhum animal remói alguma culpa - é o próprio amor a céu aberto: no ar, nos galhos, nas folhas, nos troncos, no chão, nas relvas. Os vegetais em lento sussurro verde, os paus vivos digerindo o sal da terra, o doce do ar e o que mais de bom houver. As folhas abertas como flores, as pacas e capivaras e os sanhaços, todos e tudo glorificam a função do orgasmo universal.
1 Comments:
Ah! Eu amo esse poema, como toda aquela série de paráfrases suas, das quais insisto que seja feito um livro. Essa me ocorre toda vez que vou a Ouro Preto, entre montanhas e muita, muita vegetação! Saudações. Marilda Mendes.
Postar um comentário
<< Home