quinta-feira, julho 16, 2009

A LEMBRANÇA DE WILHEIM REICH

Quando se chega ao cerrado ou à floresta, o que se vê mais depressa é a disseminação da libido em todos os sentidos, a ausência das neuroses e das fisionomias cansadas nos seres e nas coisas. Nenhuma árvore sofre a taxa de juros, nenhum animal remói alguma culpa - é o próprio amor a céu aberto: no ar, nos galhos, nas folhas, nos troncos, no chão, nas relvas. Os vegetais em lento sussurro verde, os paus vivos digerindo o sal da terra, o doce do ar e o que mais de bom houver. As folhas abertas como flores, as pacas e capivaras e os sanhaços, todos e tudo glorificam a função do orgasmo universal.

1 Comments:

Anonymous Marilda Mendes said...

Ah! Eu amo esse poema, como toda aquela série de paráfrases suas, das quais insisto que seja feito um livro. Essa me ocorre toda vez que vou a Ouro Preto, entre montanhas e muita, muita vegetação! Saudações. Marilda Mendes.

8:41 PM  

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