quinta-feira, julho 16, 2009

MONALISA NOVAMENTE VEIO À TERRA (*)

Anos e anos de sorrisos discretos e prazerosos. Alguns como respostas, outros com provocações, quase todos oriundos da predisposição de amar. O seu amor (pelo menos ele, neste mundo) alteia o fluxo das novas ondas, alivia a tensão dos alheios ferrões. Que pelo menos ele, neste mundo, seja a promessa que não se cumpre e não obstante se renova, de tal maneira que mesmo ilhado em abismos, é talvez o único dos amores conhecidos que semeia e colhe e alimenta a felicidade. À noite no jardim, ao abanar as mãos, ela agita as rosas do próprio corpo. Depois, na casa das chuvas musicais, ela oferecia um dos seios, ao inclinar-se? Oferecia, mesmo sabendo de minha inaptidão para acolher a imerecida ventura? 

(*) Paráfrase de uma velha canção.