quarta-feira, março 10, 2010

AS MÃOS DO LENHADOR (*)

São sem poros, grosseiras, abusadas. São pedras atiradas contra os nomes diáfanos de éclogas, de epifanias, contra os tetos de um céu incolor e abaixado, mesmo ali nos sobejos da floresta. Contra os pontos de vista e de apoio da poesia original. Não são cordiais. São duronas, temidas pela fauna que perde o espaço, pela flora ferida na casca e no cerne. Estão impregnadas de fatalidade e vilania. 

(*) Dos poemas de 1966.