A CAPOEIRA DA FONTINHA (*)
Várias pilhas de lenha verde são a colheita roubada dos órfãos de meu pai, um santo homem. A mata estocava os produtos do Gênesis, ainda frescos das mãos divinas. Não vejo a infância nem a juventude nas entranhas do massacre. Ninguém para colher os doces e perfumes das folhas e flores que se finam nas fraturas da madeira branca. São grinaldas do amor que vai morrer dentro de três dias solares, malgrado o choro de rimas contrafeitas de um verão cavado na primavera.
(*) Dos poemas de 1966.
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