quarta-feira, maio 12, 2010

NUANCES E PROMESSAS

As cores das rosas nas escuras paredes da noite são lábios vermelhos em rosto lívido? O assassinato da menina Isabela é o sacrifício da inocência e da poesia? É o primado da truculência e da cegueira? É a derrota do amor e o atestado de óbito da piedade. Amargura não faz poema, não é poesia. Doçura sim, é poesia, faz versos bonitos. O dogmatismo é um valor pífio, tanto no vaticano como no prostíbulo. Os mísseis carregando armas nucleares: existe um descalabro mais injusto numa galáxia que tem dez milhões de anos e um diâmetro de cem mil anos-luz? Palavras são palavras encimando e abaixando as fagulhas e os sabores da volúpia. Uma luz sobe dos pés da amada, clareando as pernas até afoguear a zona erógena. Depois o riso acende os cabelos, crepita as nuances e as promessas de outros momentos imaginários.