AS PALAVRAS CRUCIAIS
É preciso devolver ao jargão corriqueiro as palavras inusuais consideradas obsoletas e pernósticas descolá-las do silêncio sepulcral - ínfimo holocausto sorrateiro – transferi-las da inocuidade do monólogo para a loquacidade do diálogo. É preciso surrupiá-las do dicionário (do limbo imobilizado, fugidio) escondê-las nos bolsos do palitó (também de uso postergado) conduzi-las aos ermos locais (pinçar um barbarismo aqui um arcaismo ali) escrevê-las nos troncos das árvores nas areias dos caminhos nos pórticos das instituições na sonolência dos seres anímicos (para despertá-los, necessariamente). Falar e escrever muito e acertado.
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