DESTERRO EM MARILÂNDIA
Alguma coisa eternamente imprecisa
apascentava os homens no arraial,
naqueles dias de cruzes de madeiras.
No inverno as vacas beatíficas
remoíam o verde do destino,
seguiam apartadas das crias,
aumentando nas árvores a tristeza.
Por que uma silenciosa catástrofe não atende
às gritantes ordens,
não abre nos altos uma goteira
de água fria para os meus pulsos?
O que faço aqui no meio dos estrepes,
em vez de apurar noutros cenários
os incautos dons da individualidade?
Assim a sofismar nos balbucios,
quando vi já eram enormes horas da noite
e eu ainda me feria nos poemas
para sempre inconclusos.
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