terça-feira, junho 22, 2010

ATENCIOSAS OBSERVAÇÕES

1 – As estrelas distantes, que ainda brilham, podem estar mortas há muito tempo. Mas o facho de luz de cada uma delas rompe a distância dos anos-luzes, para brindar-nos, morrendo aos nossos olhos, em nossos pés. Assim veremos num passe de mágica o acelerador de partículas, instalado no subterrâneo dos arredores de Genebra, reproduzir a explosão do big bang que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Milagre da ciência! 2 – No bom livro, segundo o saudoso escritor Aníbal Machado, “está ventando em cada folha e fazendo sol nas margens”. 3 – Onde está a boa performance econômica do atual governo? A revista VEJA ,de 30/12/09, diz, em negrito: “Ano após ano, o governo gasta mais do que arrecada. Para bancar suas despesas, toma dinheiro emprestado, e o resultado é o aumento da dívida pública, que atingiu 2 trilhões de reais – ou 10.321 reais para cada brasileiro vivo”, - que nasce devendo a farra dos exorbitantes. “O endividamento do período acumula um aumento de 840 bilhões de reais”. Até parece que a governamental intenção “é entregar uma bomba relógio a seu sucessor”. 4 – O desenvolvimento civilizatório é essencial, necessário em toda parte do mundo. Dos recentes e catastróficos terremotos acontecidos, a magnitude da escala Riche do Chile (8,8) foi maior do que o do Haiti (7). A energia liberada que aconteceu no Chile foi de 25.000 bombas atômicas e o do Haiti foi de 30 bombas atômicas. Mas a quantidade de vítimas no Chile foi de 452 mortos e 2 milhões de desabrigados, enquanto que no Haiti o registro é de 220.000 mortos e de 3 milhões de desabrigados. Aí é que reside a diferença entre o país desenvolvido e o atrasado. O Chile teve condições - e se cuidou. O que não aconteceu com o Haiti. Que o Brasil se conscientize dessa diferença e veja no Chile um exemplo de bons resultados da civilização. Depois de toda a hecatombe, o país dispõe do saldo do fundo soberano de 11 bilhões de dólares que ajudará, muito, na despesa de 30 bilhões que deverá gastar. E o Haiti? Não tinha nada – e precisará de tudo. E o nosso país: estará mais para o lado de qual dos dois países assolados? Cito as palavras de J. R. Guzzo na VEJA de 10/03/2010: “A política externa brasileira pode ser um primor de independência, mas seu resultado prático mais visível foi tornar o Brasil, ao longo do governo Lula, o grande amigo do que existe de pior no mundo”. 5 – A religião substituía a ciência quando a ciência não existia. A primeira com seu sistema de crenças abstratas, por assim dizer. A segunda com seu sistema de crenças concretas, por assim dizer. Entre as pontes do abstrato e do concreto, qual vamos escolher, para ter mais segurança na vida? A lógica opta pela científica, mas... a lógica é uma teoria cuja prática não tem muita graça, pois é muito transparente. Já a travessia religiosa tem os contornos da surpresa, o amor do mistério.... E então? Será possível fundir as duas numa: num mesmo bloco claro e escuro ao mesmo tempo? Prosa e poesia ao mesmo tempo? 6 – O ponto central de uma entrevista que concedi à TV FUNEDI é: O Curso que fiz de Ciências Sociais no INESP (de janeiro de 1979 a dezembro de 1982) abriu-me as portas da pesquisa científica, coroando todo um esforço de anos e anos de alentados estudos auto-didáticos. Já conhecia boa parte da história da civilização (o renhido duelo entre a Piedade – poesia – e a Violência – política através dos séculos), da literatura e da bíblia sagrada. Através do curso, iluminado principalmente pela excelência pedagógica de Frei Bernardino, Ivan Ribeiro, Frei Leonardo e Ildeu Corgozinho – e pelo acurado estudo de todos os livros exigidos para complementar as aulas - e tantos outros de minha especial escolha na bibliografia a respeito da sociologia), pude coordenar uma pesquisa financiada pela FUNARTE, sobre a cultura popular de Minas Gerais e estudar, escrever e publicar as histórias municipais de Divinópolis, Arcos e Desterro (antigo nome de Marilândia), além de penetrar na área da complicada pesquisa genealógica e levantar, cientificamente, o histórico relacionamento das famílias Barreto, Tavares, Guimarães e Amaral. Desempenho intelectual que muito me honra – e que considero como sendo uma dívida de gratidão com o Curso (pago, é claro) do INESP. Sinceramente.