Colhidos por Lázaro Barreto.
Pasta 602 – Armário 04 – Arquivo Judiciário de Itapecerica.
Ele é filho do Sargento-Mór Antônio José Barreto e de Dona Joana Maria de Souza Castro. Natural de São Bento do Tamanduá, batizado na Ermida de São Francisco de Paula, filial da Matriz do Tamanduá. Neto paterno do Tem. Miguel de Araújo Barreto, natural de Braga, Portugal, e de Dona Rufina Barreto, natural do mesmo arcebispado de Braga. Neto materno de José Martins dos Santos (natural de São Cosme e Damião, do Bispado do Porto) e de Dona Rosa Maria de Souza, natural da Vila de São José, hoje Tiradentes.
Pasta 6 de Batizados – Arquivo da Cúria de São João Del Rei, pág.2. “Na Capela de Nossa Senhora de Oliveira, batiza a Francisco de Paula Barreto, nascido em 18/05/1770, filho do sargento-mor Antônio José Barreto e de Dona Joana Maria de Souza e Castro, moradores na Aplicação da dita Capella. Padrinhos: Ten.Caetano da Silva Pereira e Dona Antônia Felisberta de Castro, mulher do cap. Joseph Ribeiro de Oliveira e Silva, da dita Aplicação. Passado (o presente registro) em 1795 – o pai já era falecido e a mãe vivia na Aplicação de São Francisco de Paula. Cópia de requerimento feito ao cabido do Bispado da Villa de São José. (nota do pesquisador: há um engano aí referente ao local do batismo, ou seja uma contradição entre os documentos do arquivo de Itapecerica com o de São João del Rei. Ao que tudo indica, o primeiro é o certo.
Do testamento de Dona Joana, mãe do Padre (falecida em 1824, consta os nomes das oito filhas: Anna Joaquina (mãe de Antônia e Joana); Antônia (mãe de Felisberto); Anna (mãe de Francisco); Maria; Felizarda; Maria Bernardina; Leonor Joana; e Mariana (e também o do padre, é claro). Deixa missas encomendadas em intenção dos herdeiros então falecidos e pela alma do falecido Manuel Rodrigues Pereira de Miranda. Cita José de Souza Silveira e Boaventura José dos Reis, como testemunhas – e Antônio José de Oliveira Barreto, como primeiro testamenteiro, em substituição ao padre, que na época se achava paroquiando a Capela de Nossa Senhora da Pena em Rio Vermelho, distrito do Serro.
Ao longo da pesquisa, apuramos, também, os nomes de seis cunhados do padre: José Antônio Friaça, Manuel José do Espírito Santo, Manuel Fernandes Martins, Pedro Francisco de Menezes, Antônio Ferreira Diniz, e José Fernandes Martins. Apuramos também que o Padre dirigiu, além da Matriz de Oliveira, as paróquias de RioVermelho e de São Vicente de Ferrer, em Formiga.
Do livro “História de Oliveira”, de Luiz Gonzaga da Fonseca, pinçamos os seguintes trechos: “Padre Francisco de Paula Barreto – Cavaleiro da Ordem de Cristo, homem culto e realizador. Tríplice Fundador: do Curato, da Freguesia e do Município de Oliveira, incluindo a inauguração da Villa (antiga denominação de Município) e a organização da primeira Câmara Municipal. Foi também o primeiro Juiz de Paz do Curato e o primeiro Governador (sic) de Oliveira. Deve-lhe o lugar os primeiros melhoramentos urbanos como: Matadouro, Cemitério, Correio, abertura das primeiras Escolas. Foi quem educou e orientou a primeira geração de oliveirenses ilustres. Hoje o velho pastor de almas dorme ao lado de um seu coevo ilustre, sob o pavimento da Matriz de Nossa Senhora da Oliveira, do lado de dentro da porta principal.” Páginas 119 e 120. Em 1819 regia o Curato, em 1840 era o Presidente da Câmara Municipal.
No Testamento de sua mãe Joanna Maria de Souza Castro, falecida em 1827 (o Testamenteiro foi meu tetravô Antônio José de Oliveira Barreto), , Caixa 23, do Museu Regional de S/ao Jô/ao Del Rei consta os nomes das filhas e do Padre. elas são:
1 – Joaquina, então já falecida.
2 – Antônia, mãe de Felisberto.
3 – Anna Joaquina de Castro (mesmo nome da primeira esposa de meu tetravô citado) casada com Manuel José do Espírito Santo.
4 Maria.
5 – Felizarda (mesmo nome da segunda esposa de meu tetravô).
6 – Maria Bernardina.
7 – Leonor Joanna casada com João Antônio Friaça, pais da menina Joanna.
8 – Marianna cc Manuel Fernandes Martins, pais de Anna Maria.
9 – Francisco, Padre.
O Sargento-Mor Antônio José Barreto, pai do padre, era um homem muito poderoso, na época: suas terras partiam da divisa da Sesmaria de Antônio Costa Ferreira, em 1767 no Distrito de Cláudio, e alongavam-se contornando pela direita a Serra do Barreto (que estava dentro de sua propriedade) e seguindo até o Distrito de São Francisco de Paula, onde nasceu o seu filho em 1770 e faleceu a esposa em 1827. Toda a região em torno da hoje cidade de Carmo da Mata era conhecida como Mata do Barreto. Numa relação dos 34 Distritos da Villa de São Bento do Tamanduá, de 1803, existente no Arquivo Público Mineiro (de Belo Horizonte), o nome que consta do Distrito é Nossa Senhora do Carmo da Mata do Barreto.