REVIVESCÊNCIAS
As lombrigas da infância que se fixam, inamovíveis nas tripas psico-físicas de nossa crônica debilidade, crescem desmesuradamente ao romper do poente etário de nossa condição humanamente propensa às chuvas e trovoadas das vicissitudes acumuladas ao longo dos anos de contraditórias vivências. O que fazer agora: amarrar o animal pelo rabo e esporear? Deitar na relva empoeirada e procurar o sono nos meandros nebulosos da atualidade? Estufar o peito e assumir as repetidas negligências ao longo de tantas contrafações vivenciais? Perdoar ou condenar os algozes interiores e exteriores da abominação inexplicável? Procurar, sem desesperar, o alívio de algum fortuito esquecimento, ou então dar tudo por consumado - e comemorar a vitória da manutenção na reles sobrevivência, conseguida, apesar dos pesares, e dos males resultantes dos próprios pecados?