quinta-feira, maio 19, 2011

HOJE EM DIA

“Ainda dizem que o brasileiro é tarado”, queixa-se o paquerador contumaz, na Avenida, abismado diante do desfile das beldades produzidas nas artes e ofícios dos cosméticos e trejeitos. Empertiga-se, coça a cabeça e pensa-pensa, pensa e imagina-imagina e torna a pensar e imaginar o sétimo céu das venturosas encenações fictícias, das excitantes bolinações, dos denodados êxtases da vida que morre de repente e de repente ressuscita no meio das imagens lúbricas armazenadas na cachola. Solerte, embasbacado ele segue com o olhar, uma ou outra (aquela que vem toda faceira, esta que agora passa toda rebolativa, arrancando os suspiros da tesão masculina... A roupa tão proposital: a calça jeans cavada nas partes pudendas, a blusa sedosa mais mostrando que escondendo suas maçãs paradisíacas... Ah!.....................................................................! Ele agora coça a cabeça e pára de pensar, mas não pára de olhar (de olhar com os olhos e lamber com a testa, como se diz?). Haja deus para exorcizar tanta tentação.... É assim que elas ganham a eleição: cooptando a oposição?

ILUSTRE DIVINOPOLITANO

Primeiro de Junho, aniversário de Divinópolis: oportunidade para lembrar e citar fatos e pessoas que marcaram a data, agora quase centenária desta que é uma das duzentas cidades mais desenvolvidas do Brasil. Opulenta em muitos sentidos, principalmente na feição democrática de uma população dinâmica, saudável, isenta de bairrismos e de outros preconceitos. Acolhedora e aceitável em sua abrangência coletiva no sentido de uma filosofia comportamental dos habitantes para viver e deixar viver . Os fatos históricos de realce são muitos, e as pessoas também. É assim que a história municipal se escreve em letras brilhantes nas áreas da convivência humana. Os nomes (dos fatos e das pessoas) são muitos e extrapolam do espaço de nossa coluna neste jornal, que é divinopolitano por excelência. Limito-me, pois, a citar o conterrâneo que brilha como um raio de sol em nosso vislumbre histórico do Município. Fabricio Augusto de Oliveira é o nome merecedor de nossa reverência. Filho de Wantuir Cassemiro de Oliveira e Geralda de Oliveira, nascido em 15/11/1947, na Rua Ceará, de nossa cidade. Fez o Curso Primário no Grupo Joaquim Nabuco e o Ginasial no Colégio Leão XIII. Depois fez Ciências Econômicas na UNICAMP, de Campinas, SP, onde depois cursou e concluiu o Mestrado e o Doutorado em Economia.. Foi professor da PUC em Belo Horizonte, Técnico em Planejamento na Fundação João Pinheiro, Professor na UFMG, na Universidade Federal do Espírito Santo, na Fundação Getulio Vargas e Sub-Secretário da Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais, no Governo Itamar Franco. Escreveu e publicou, no período de 1966 a 2010 cerca de 15 livros de Ensaios sobre Economia (Reforma Tributária, Recessão e Inflação, Crise e Desordem do Sistema, Descentralização, Federalismo, Subprime, Capital Financeiro Mundial, Política das Finanças Públicas, As Muitas Minas Gerais, etc). Tudo isso acrescido de dezenas de capítulos sobre Economia em livros de outros autores, mais de 50 artigos publicados em revistas especializadas e mais de 500 artigos em jornais de várias parte do País. Todo esse trabalho científico acompanha seu labor poético que nunca esmoreceu em sua vida. É o que ele afirma: “economia e poesia rimam – e bem – e cada uma, a seu modo, tem sido para mim, importantes ferramentas na minha luta para ajudar e entender e contribuir para tentar melhorar, dentro de minhas condições e possibilidades, o mundo”. No campo alto e profundo da literatura, ele lavra (planta e colhe) a poesia moderna desde a primeira juventude, quando fundou e dirigiu em nossa cidade o jornal “Disparada” e também “O Divinópolis Clube” e o “Oeste Jornal”, tudo no biênio 1967-1968. Além de toda a sobrecarga, ele foi também um dos fundadores do jornal literário “AGORA”, de feliz memória, de reconhecido e decantado sucesso local e de ampla ressonância nos meios literários estaduais, federais e internacionais, como atestam documentos em nosso arquivo. Em 1968 publicou seu primeiro livro de poemas, “Pássaro-Eu”; em 1970, publicou “Olhos-Caminho”; depois, em 1975 foi a vez de publicar “Vieram os Pássaros”, tudo isso além de participar de muitas antologias com poemas esparsos. E agora, depois de prolongada pausa (ocupado nas preocupações sociais da economia), ele volta a publicar o belo volume de poemas “CAMINHANDO”. Na bela e bem concatenada profusão de temas nas 168 páginas de caprichada feição, ele aborda em outro tom e outro compasso os momentos de respiração e de aspiração (e de inspiração, claro) mais anímicos e intemporais, menos prementes e mais espirituais. Noto que na sua propensão poética a ligeireza e a naturalidade do esforço mental não se deixou abalar nos caminhos científicos percorridos durante tantos anos. Uma façanha, sem dúvida. Sinto na leitura que ele continua mantendo a duração até mesmo das vivências mais momentâneas, poetizando a seu modo, e bem, o prosaísmo circunstancial do mundo político (que não se coaduna muito bem com a vida poética). São poemas longos e belos – e nosso espaço aqui é dimensionado. Mas não posso omitir a transcrição de pelo menos uma estrofe do poema “No Ônibus”: “O rapaz ao lado da moça, deixa cair a mão no seu colo, fingindo dormir: ela mexe a cabeça, como se também estivesse - em sono profundo”. 

terça-feira, maio 17, 2011

MATERNIDADE II

Oferecido às mães de todos os tempos e lugares, especialmente - ou particularmente - às queridas Isolina (in memoriam), Inês, Ana Paula e Layla). 

Suspiros de expectativa. Suspiros de alivio. O mistério da vida refaz seus milagres. As noites insones. As dores sem nomes. As emoções enormes. Um céu turvado, uma terra esclarecida? A profundidade hospitaleira. A fecundidade sobremaneira generosa. As novas vidas do porvir? Algumas lágrimas no sorrir? O sol nasce em forma de lua? Mãe-mãe, quê poesia a sua?! É assim que se dá a luz. Bem haja, pois! ................................................................................... Auréolas espocam nas janelas. O que há de ser? O essencial é viver, já dizia Carlos Drummond de Andrade a respeito de tanta bondade da mãe-natureza. ....................................................................................... O olhar angelical encantado, encantador, da criança, nos primeiros meses de vida. O que é a Natureza? Agora é só Beleza. Os primeiros meses de vida revelam o inocente otimismo, a ensinar aos acólitos do pessimismo que viver é uma honra, uma graça. Se depois o bebê chora tantas vezes, não é o prognóstico dos revezes: é sua forma circunstancial de falar, de negligenciar, de afirmar que a vida é para ser vivida docemente. .................................................................. A criancinha ri e chora sem os prelúdios e os interlúdios das horas e dos lugares. O chorar é sua fala simbólica, é despido de lágrimas de dor e de rancor. É um palavreado ainda não sabido, acintosamente intuído. E logo desperta em si o riso embutido: uma claridade, uma espontaneidade, uma sinceridade. É sua íntima palavra afirmativa da áurea bendita que reamanhece, tão viva. ................................................................................. Nenhum anjo é mais puro nos prenúncios e nos alvores do espelho triangular das vozes líricas e anímicas, a refletir nos risos e olhares a inovação vitalícia dos infinitos dias seguintes, nos ângulos e retângulos que a paisagem oferece em termos de fascinação e ternura. Haja, pois, poesia e encanto nos cantos e recantos dos risos e olhares radiosos, constantemente amanhecendo. .......................................................................................... Assim como a flor da noite fecha suas pétalas para dormir e reabre-as de manhã para o lúcido reviver, o recém-nascido perfuma e festeja a casa e o dia sorrindo ou chorando (que é sua forma zangada de sorrir). Também hoje em dia (17 de maio de 2011), a rolinha fica no ninho da jabuticabeira do quintal, dias e noites, noites e dias, sob o sol chuviscado e a chuva filtrada, sob os ventos e as brisas ocasionais... Sempre lá, os olhos abertos e espertos, sempre lá, doando seu calor. Inamovível (indefesa mas alerta e orgulhosa da ninhada que depois abrilhantará a cantoria no quintal). Inamovível, sem comer, sem beber. Só olhando e sentindo. Chocando, chocando... Mãe abençoada. Glória ao Espírito Santo da Natureza.

MATERNIDADE I

Homenagem à Ana Paula Barreto Lopasso. 
Arranjo de Lázaro Barreto

Uma ávida semente germinando a corola, as pétalas e as cores e a vida no silêncio do espaço no tempo, como diria Inês Belém Barreto. Ah, ouvir o silêncio da relva crescendo, como diria Anna Akhmátova. A poesia de repente soa calorosa e terna. As vozes enchem o ar de silêncio, como diria Ana Cristina César. A felicidade por Deus apelidada de eternidade, diria Emily Dickinson, que também diria: “para fazer uma campina basta um trevo, uma abelha e uma criança”. O verso na poesia é o filho do matrimônio. É a melhor opção da vida, como diria Marianne Moore. “Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira”, assim disse Cecília Meireles. O amor te põe pra funcionar, ó mãe, e tua voz se aninha entre os elementos, como diria Sylvia Platt, que acrescentaria: “De noite sua respiração vacila entre rosas lisas”. “Vou te descobrindo – ou redescobrindo? – atrás da fechada janela na remota cidade que desconheço”. Palavras de Olga Savary. “Ela tem um encontro marcado com os halos ao redor da lua”, assim afirma Elizabeth Bishop. “Eu que nunca vi a alegria de corpo e alma, falo de amor e chego a um oásis singelo onde o vento no campo se verga do milho a espiga, como lençóis ao ar livre”, assim poetava Marly de Oliveira. “Mãe, eu te agradeço e te bendigo por me ter tido e me haver dado o Amor”. Afirma Célia Lamounier Araújo. A mãe é o poema de todos os filhos, eu digo. É a pousada do ser, como diria Henriqueta Lisboa: “pelo embalo das ondas pelo canto dos pássaros pela polpa do fruto no dia exato da maturescência”, como acrescenta a Henriqueta Lisboa. “Embora talvez te agrida, nosso amor vai durar pouco. Somente por toda vida”. Palavras de Leila Miccolis. “E do corpo em palavra criou-se”, como diria Maria Esther Maciel, “a fêmea escritura encarnada em verbo e silêncio”. “Nas águas do aquário a vida mudou. Aquele peixinho pintou e bordou”. Afirmação de Ieda Dias. “Vi um bebê de meio palmo que respirava: entendi que um copo d’água é suficiente pra mim”, afirma Adriana Versiani. “Com olhos de criança, perceber o inusitado, o novo, o inexistente. Recolocar ao mistério ao nosso alcance”. Assim diz Lara de Lemos. “Derramada em traços a cor avança à procura da luz e da expressão”, assim está escrito em “Exercícios de Viver”, de Lélia Parreira Duarte. “Líquida certeza nestas veias navega: também em mim Deus respira” – é assim que bendiz a poeta Yeda Prates Bernis. “Sou maior que o escuro a corromper a luz, diuturna nostalgia de um sonho”, assim está escrito num belo poema de Lélia Coelho Frota. “Brilha para dentro de mim. “Acende teus luzeiros em meus olhos. Oh via láctea de nos amamentares com teu leite de sombra” - assim disse cantando Ana Hatherly. “O momento presente é enriquecido pelo passado, mas o passado também é enriquecido pelo presente”, assim dizia em prosa Virginia Wolf, mergulhando na emoção de certos Momentos de Vida. “O recém-nascido vai precisar de faixas”, como afirma Adélia Prado, que acrescenta: “É um tal amor o que prepara os ungüentos que obriga a divindade a conceder-se. Até que esmaeçam, velo as coruscantes estrelas”. O certo é que a vida se banha, aquece e alimenta em sua circunstância. A vida dentro da vida. O mundo é belo e a vida também – assim posso dizer, repetindo meus bons votos à Mãe, ao Pai e ao Filho.

DESTINO

Eu repetia a palavra amor mil vezes naquelas noites famigeradas e ditosas. Depois dormia e apaziguava a luta que mantinha entre o querer e o poder. Que imortalizava a vida na insatisfação do desejo mais satisfatório. Assim na minha vida é o amor o mandante. Assim, amando, vivo.

FAGULHAS

- É pertinente admirar e amar as coisas e os seres que são, ao mesmo tempo, triviais e singulares. Exemplo: os pombinhos elegantes e silenciosos ciscando e brincando nas ruas atritadas e barulhentas das grandes cidades.... - Gandhi pregava que não reagir a uma agressão é subtrair a razão do agressor. Assim o agredido acaba ganhando a causa. - Bobo é quem não recolhe e guarda para toda vida a feliz herança de uma nova vida (do filho(a), do neto(a) em nossa vida tão inspiradora. - Sou um leitor que escreve. Não apenas sobre o que leu, mas também sobre o que viveu. - Estranhas acontecências: um cavalo na cozinha de um apartamento no sétimo andar de um prédio, no Leme, RJ; uma cobra de três metros que adentrou um apartamento de um prédio na Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ; uma vaca que irrompeu dentro de um hotel em Florianópolis, Santa Catarina; uma onça que se refugiou numa garagem residencial em São Tomaz de Aquino, MG; um rapaz que morreu afogado depois de sofrer uma descarga de 600 volts de um peixe elétrico no balneário de Maju, Pará; um gambá do sexo feminino que cuidava de sua gravidez no porão de minha casa em Divinópolis, MG. - “Ariosto nos ensina como a inteligência vive também (e sobretudo) de fantasia, de ironia, de esmero formal” – Ítalo Calvino. - Northrop Frye, em boa parte de sua “Anatomia”, ensina como os livros sacros devem ser lidos pelos críticos literários exclusivamente como obras literárias. Isso eu sabia, antes de ler Frye e Calvino. - “A mulher será sempre o perigo de todos os paraísos” – escreveu o poeta francês, Paul Claudel. - Para viver em Cuba (admitem os próprios cubanos) é preciso ter FÉ, ou seja; Família no Exterior. Para mandar as mensalidades em dinheiro. Se o comunismo não deu certo em nenhuma parte do mundo, por que tem gente ainda querendo implantá-lo no Brasil? - “De vez em quando eu tenho me surpreendido descansando de coisas que não fiz” – Antônio Maria , compositor e cronista. - Que ninguém se alarme nem se aborreça. A depressão faz parte da cultura moderna, afirma Lisa Appiguanesi, autora do badalado livro “Tristes, Loucas e Más”, da editora Record. - A diferença, ah, a diferença. Existe e sempre existirá, no tempo e no espaço. Então, viva a diferença! Nota-se no atual governo federal uma pessoa mais culta e dócil em relação ao anterior, um casca-grossa antipático. É pena que, de acordo com o que se propala nos meios intelectuais do jornalismo é que essa diferença está sendo direcionada para a intenção re-eleitoral. Enquanto o Lula começa a manipular sua demagogia na área operária (da qual se valeu para tornar-se o nababo que é hoje), a Dilma vai cuidar de atrair a simpatia da classe média, arredondando um bloco imbatível eleitoralmente, minando e reduzindo o campo de ação de uma oposição prosaicamente encolhedora. Que a presidente se torne simpática e competente, é o que todos querem. Mas sem as intenções ditatoriais de perpetuação no poder. - “O bem estar resulta, menos de nossa boa saúde do que do excedente não empregado de nossas forças”. – Marcel Proust. - “O verso é uma vitória sobre os limites da linguagem”. – Carlos Drummond de Andrade”. Nos períodos paleolítico e neolítico (de 500.000 a 10.000 aC), os seres humanos viviam nos bosques (a maior parte do tempo em cima das árvores) por causa da constante presença das feras selvagens. A alimentação era através de raízes e frutas. A descoberta do fogo deu ao ser humano da época a possibilidade de cozinhar os víveres e legumes, de afugentar os animais ferozes, de iluminar as cavernas. Todos viviam da caça e da coleta de alimentos – e na parceria entre homens e mulheres não existia o vínculo do sexo e da procriação. A liberdade pontificava, mas a fertilidade, associada aos poderes da vida e da morte, era exclusiva da mulher. Na procriação só existia a linhagem materna. Erotismo, nem sinal. Só depois do ano 2.500 aC é que o conceito da paternidade surgiu juntamente com o início da plantação de sementes na terra fértil para a produção dos alimentos. Foi assim que as pessoas entenderam que se os grãos geravam outros grãos e frutos, os homens plantavam suas sementes (o sêmen) nas mulheres e por isso, eles eram os elementos ativos e as mulheres os passivos na plantação e na colheita dos seres humanos. Assim nasceu a chamada conjunção carnal que resultou no casamento e na procriação. Foi assim que a humanidade deu o primeiro passo para estabelecer a civilização.

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? - Se a legislação do trânsito não distingue os carros das motos, por que estas são mais velozes, impunemente, nas ruas? - Por que a Prefeitura Municipal de Divinópolis (de acordo com a denúncia de um vereador) está negociando a compra de um imóvel que ela mesma doou ao atual e possível vendedor? - Por que os ônibus (os chamados coletivos) da cidade, endereçados à Rodoviária, dão mil voltas antes de chegarem ao destino que tem hora marcada de atendimento? - Por que os políticos brasileiros, salvo raras exceções, não criam juízo, vergonha, amor aos eleitores e ao país? - Onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba? - “Para o bom entendedor meia palavra basta, Ecil? (esta é de Millôr Fernandes). - Por que os governos municipal, estadual e federal não preservam a Mata do Noé, tombando-a em nome da preservação do meio-ambiente municipal (a água do Rio Itapecerica), estadual (a água dos Rios Itapecerica e Pará) e federal (a água do Rio São Francisco)? - É líquido e certo o que alguns psiquiatras vêem na pessoa esquizofrênica uma personalidade sã mas incapaz de se adaptar a uma sociedade doente, ou seja: que a esquizofrenia é um refúgio contra a loucura social? - Qualquer crença está sempre muito longe de qualquer ato criador? - Por que os aficionados do saber científico queimam as pestanas para decifrar o Mistério da Vida, se no final das contas o que prevalece no realismo exposto do dia-a-dia é o olho gordo de algum figurão da política e/ou das finanças? - Se o Viaduto do Porto Velho não comporta o trânsito mais acirrado da cidade, por que a Prefeitura não constrói outro Viaduto em outro local para desafogar o congestionamento? - Por que a música popular brasileira perdeu o timbre melódico, a chama afetiva, a harmonia e o ritmo, transformando-se nessa balela de uma piada sem graça, mal contada e jamais cantada? - Por que não surgem mais compositores da estatura criativa de Noel Rosa, Ary Barroso, Pixinguinha, Lupiscinio Rodrigues, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Ataulfo Alves? E cantores predestinados como Lúcio Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas, Linda Batista, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, Elis Regina? - Porque a juventude contemporânea perdeu o tino das preocupações saudáveis? Por que viciou tanto em tantas ninharias? - Por que o tal de bulling, que sempre existiu nas escolas primárias, descambou agora nas mãos dos debilóides da mortandade serial e gratuita? - Não é assas injusto muitas pessoas serem bobas sem saber e feias sem querer? - Por que os cantores, os políticos e outras pessoas famosas estão enveredando para os caminhos da literatura, sabendo de antemão que a competição com os verdadeiros literatos é desleal e injusta? - Por que os filmes das últimas décadas são apenas pálidos reflexos dos filmes da década de 40, 50 e 60? - Quem às vezes afirma que o ser humano é o pior animal do planeta, está referindo-se ao terrorista muçulmano? - Quem desaprova a lei da igualdade entre os homos e os heteros sofre de alguma deficiência mental? - A pessoa cativa da solidão e do desamparo não sabe rir nem chorar ou não obtém oportunidades para tais expressões? - Há alguma torre de cristal em alguma parte do mundo? - O que vamos fazer quando a fúria atômica chegar? - O belo leva ao desejo, que leva à paixão indomável? - O preconceito cai no drama e entra na tragédia? - O feio leva ao repúdio, que leva à apatia – e assim cai na doença e na morte? - A dor é o papo furado da tristeza? - Ainda que mal pergunte, você leitor, não aprecia tanta pergunta, não é mesmo? - Na verdade, fica a dúvida: o que é menos pior: a pergunta cretina ou a resposta cretina?