A Violência Campeia.
Virou moda agora matar mulher e crianças? A violência campeia desde os velhos tempos, tanto nas páginas do Corão como nas do Velho Testamento. A religião não é, pois, piedade, poesia. Ao contrário, é violência, política. Está mesmo aí a figura hedionda (o diabo em figura de gente) do tal de Bin Laden. A secular matança indiscriminada em nome de Deus é uma atitude humana contraditória. Tal pessoa (o diabo em figura de gente, repito) fazia do terror um culto. Seus seguidores em muitas partes do mundo estão tramando novas mortandades. Como é que pode? Tanto o ateu como o agnóstico, encontram apoio razoável nas duas melhores fontes da sabedoria humana, na ciência e na literatura. Mas sabemos que na prática o que mais aparece em quase todos os pontos do planeta e em quase todas as partes da História é o ódio e não o amor.
O Terror.
A vingança às vezes pode ser uma forma de justiça? A mídia internacional explora o sumiço que os EUA deu no terrorista muçulmano abrindo o leque opinativo do favor e do contra. Creio que o ato do Obama contra o Ozama (uma rima contraditória) reprisa a velha querela entre o Ocidente e o Oriente, com as variações formais que a história registra ao longo do tempo. Creio que se toda missão social de um terrorista é matar, ele não passa de um assassino. Existem outras maneiras de vier, não? Obama sim, Ozama não.
Os Amigos do Alheio.
Alguém me lembrava, outro dia, que a história moderna da política brasileira tem mais vilões do que heróis. E citou, textualmente, os nomes execráveis de alguns maus exemplos: Ademar de Barros, Paulo Maluf, Fernando Collor, Antônio Garotinho, José Sarney (o pior de todos?), Newton Cardoso, José Dirceu, Renan Calheiros, Jader Barbalho e toda a cambada de fichas-sujas a nível municipal, estadual e federal, tanto no legislativo, como no executivo, culminando, enfaticamente, com o nome do tal de Palloci.
As Caixas Pretas.
O acidente em 31 de maio de 2009 do Airbus na rota Rio-Paris, matando 228 pessoas, estava com as causas inexplicáveis até agora. Com o resgate das caixas a 3.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico, em perfeito estado, as explicações certamente virão. Lembro-me que na época eu viajava com a esposa na ponte aérea São Paulo-Belo Horizonte, tendo do lado esquerdo de nossas poltronas um senhor que durante a conversação revelou ser piloto profissional – o que aguçou meu interesse sobre o acidente do Airbus. Ele, respondendo à minha pergunta sobre o que teria provocado a tragédia, limitou-se a dizer que só as caixas pretas poderiam revelar a verdade. “Mas elas jamais serão encontradas”, ele acrescentou. Resposta que para mim deixava no ar a suposição de ter havido erro humano. Errar é humano, lá diz o ditado, que acrescenta: e perdoar é divino.
A Responsabilidade Cultural.
Na qualidade de um escritor conferencista de projeção internacional, Ítalo Calvino não batia numa só tecla; apontava a escuridão sem despregar os olhos dos botões acendedores da luz. Não queria que a nova geração herdasse os descaminhos e desencontros dos novos tempos, mas sim uma postura positiva em relação à vida, para contracenar e amainar “a nossa insuprimível, amargurante, sacrossanta insatisfação”.
Ministério da Deseducação.
É o fim da picada, penso, quando sinto que entre os desmandos politiqueiros que a mídia não cansa de denunciar (sem surtir o menor efeito, desgraçadamente), surge agora uma instrução didática do ministério da deseducação em adotar um livro que promove o não ensino da língua padrão (jogando no lixo a gramática e o dicionário), liberando o alunado para falar e escrever com a barbaridade da língua feia e errônea de exemplos como os “nóis vai”, “menas laranjas”, “ocê num ta cum nada”, etc etc, o diabo a quatro.
Adendo.
Ophir Cavalcanti, Presidente da OAB, estranhando a súbita e astronômica riqueza do ministro palocci, declarou que “só há duas formas de ficar rico rapidamente: recebendo herança ou ganhando na loteria”. – Falou e disse. Mas... E as providências a serem tomadas?