sexta-feira, março 23, 2012

PRIMEIRA INFÂNCIA

O cartão acima (poema visual) adquiriu, depois de três décadas, uma nova significação. 

A LACTENTE referida “Um pingo d`água na folha do inhame”, Ana Paula, é hoje a mãe do Paulinho (Paulo Barreto Lopasso), queridíssimo por ela e pelo pai Guilherme, pelos avós paternos Fábio e Ana Lúcia, e maternos Lázaro e Inês. 

Uma nova fase da vida parece ter nascido para todos, inclusive para os titios Paulo e Layla. Uma criança dotada de todas as virtudes físicas e mentais, uma graça sentimental, um poema em figura de gente, uma criatura que vem confirmar a nossa fé e a nossa afeição à humanidade. 

A expressão natural da beleza contagiante dele e do amor otimista à própria vida é a mesma que a Mãe inspirava em seus ditosos primeiros anos de infância.

“Ninguém pudera tanto (um Deus nos move), 
Nem as palavras criaram tanto ardor”. - São palavras do poeta Afonso Ávila, que cito, de memória, para completar, emocionalmente, minhas prosaicas palavras.

quinta-feira, março 22, 2012

ELEGIA

A criança abençoa o idoso.
Sabe que não é dele a responsabilidade
Do estado horrível da modernidade
Universal.

A criança abençoa.
O jovem pragueja.
O adulto corrói.

Três estágios que salvam,
Depois condenam
A insípida humanidade.

Quem abençoa é inocente!
Vai depois praguejar?
Vai depois corroer?

domingo, março 18, 2012

O CORPO VALE MAIS DO QUE PESA

O corpo até que pode ter seus defeitos,
Pode sim,
Mas é despido de muitas culpas da mentalidade.
Se as entranhas cerebrais
(onde se maquinam as maldades e bondades)
Possuíssem a mesma inteireza, a mesma beleza
Do sutil pregueado dos lábios,
E da mesma presteza afável das mãos
E da perspicácia delineadora dos olhos,
Ah!
Ninguém defrontaria os insultos e os desaforos,
Nem as maledicências da esquisitice do caráter atrabiliário,
Forjado em ancestrais dissensões humanas dos litigiosos
Embustes fisiológicos revestidos de auras anímicas....

Ele pode ter suas lesões, dores, imperfeições,
Mas não atraca nem amaldiçoa,
Não sai de si para molestar outras pessoas:
É alegre ou triste, feio ou bonito
Em si mesmo e tem vida própria
Sujeita às intempéries do meio ambiental,
Onde sua presença sempre ilumina alguma coisa.

Inocente das culpas individuais, sociais e mundiais,
Sozinho, solerte ou altaneiro em cada individualidade,
Obediente aos mandos e desmandos da mente que bola
E rebola o amor e o ódio das criaturas,
Da simpatia e da idiossincrasia dos conviventes,
Ele às vezes exorbita das peças mais que perfeitas
Da biologia indefectível
E aceita humildemente a subordinação aos poderes,
Presumivelmente mais altos.

sexta-feira, março 16, 2012

RESSONANCIA MAGNÉTICA



(Os encantos do Terror em Edgar Allan Poe)

O espírito cósmico paira no ar
(é todo um sussurro de luz),
Baixa e sobe e torna a pairar
Ao sabor dos ares mansos e bravios
Nas quinze bandas do planeta,
Encarnando e desencarnando e reencarnando
Nos seres vivos de todas as partes,
Insuflando e amortecendo nas partes físicas da alma
As preocupações,
As meditações,
E assim num átimo de encanto e desencanto
Surge o peso mortal das dívidas atávicas
Sobre os nervos e os sonhos dos seres vivos
(humanos, desumanos, sobrehumanos)
Em cima das árvores, debaixo dos telhados,
e no silêncio povoado
De abstrações.

Aí então a folgança lilás do sol desanuviado
Empalidece ao entardecer das matas ciliares,
Dá seu lugar à lua que segue nos caminhos da noite,
Tentando afastar-se dos ocasionais torpedos e ribombos.
As perguntas da ventania não encontram respostas
Na montanha repentinamente estufada.
Logo-logo o assédio das folhas ventiladas
Predominam.
Elas que nascem e crescem na palma da pedreira.
Logo-logo os temores brotam na sola dos pés
Dos viandantes ressabiados....

E é aí que vem à tona a pergunta retórica:
E se a massa do éter que entra pela janela
Pegar fogo de repente?
Quem conseguirá desprender-se dos laços culturais
E ficar sozinho na imensidão da noite?
Só quem, perdido, procura encontrar-se,
Sabendo que os círculos menores dentro dos maiores
Estão sempre iniciando a perpétua dança
Do infinitamente grande dentro do infinitamente pequeno....

sábado, março 10, 2012

RODILHAS DO TEMPO

Andei ausente da cidade por algum tempo e retornei sobrecarregado de afazeres. Só agora estou retornando ao lugar comum das atividades.

E na pilha de livros aguardando leituras, pesquei o “Rodilhas do Tempo”, de Odete Assis Freitas, nascida e vivida em Cercado (hoje Nova Serrana), recomendado preciosamente por Osvaldo Ande de Mello e Paulo Bernardo Vaz, intelectuais e artistas de reconhecido prestígio.

É a história da infância e da juventude da autora dando vida aos assuntos que despertam o atencioso interesse de todo ser humano nascido nas Minas Gerais e vivido nas áreas rurais das então pequenas e bucólicas localidades.

Quem não leria com redobrado prazer as páginas que rememoram com sincera naturalidade o regresso no tempo que passou (e não devia ter passado)? Cito alguns dos temas tratados em concisas, afetuosas, deliciosas páginas: a casa da infância, o galinheiro, o chiqueiro, a horta, a lenha para o fogão, a parreira de uvas, o rêgo d’água, o pomar, os ofícios domésticos de passar as roupas, fazer os doces e as quitandas, o café, a feitura e a serventia do fubá e do sabão preto, a lavação do corpo, das roupas e do objetos de uso familiar, as pessoas amigas e aparentadas, as vendas, a sapataria, o correio, a farmácia, as temporadas dos circos e das touradas, os ciclos das serenatas ao luar, as brincadeiras de teatro e de rua, os bailes caseiros, as novenas noturnas no Mês de Maria, com o foguetório, os leilões, a cantoria, as Coroações de Nossa Senhora, as crenças afetuosas, as fogueiras do lado de fora da igreja e também as de São João e de São Pedro nas roças e fazendas, o mundo encantado da mamãe contadeira de estórias - e a fonte das futuras e melhores saudades...

Quem na vida já experimentou tais vivências sabe como é bom e necessário retornar ao passado de vez em quando, remoçar a personalidade, saudar o que no tempo é sem, mácula ou estigma....

As parcelas aglutinadas da Natureza – o enlace diuturno dos animais com os vegetais e os minerais – estão enfaticamente retratadas em grandiosas miniaturas e aquarelas. Como ela afirma, logo no começo do livro: “testemunhei e protagonizei muitos acontecimentos. Brincava, estudava, trabalhava, sempre interagida com a natureza. A natureza deixava que eu saboreasse toda a sua manifestação”.

Colho aqui alguns respingos das brincadeiras infantis da época e do lugar constantes nas páginas do livro: as brincadeiras de roda com música folclórica, as assombrações, o pique-será, o entretenimento com os luzidios vagalumes (“vagalume Tum-tum: seu pai taqui, sua mãe tali”, a criança com o tição de fogo atraindo o luminoso bichinho voador. O renhido jogo das petecas ao entardecer, o do roda-pião na parte de terra da rua, o jogo das mariquinhas,o pular-corda, os balanços e gangorras, a formação de rodas cantantes, o passar anel, o guisadinho. Tudo na melhor da convivência infantil....

Todos os objetos utilizados nas brincadeiras (bola de pano, petecas, piorras e piãos, vestimentas apropriadas, tudo era feito em casa pelas próprias crianças ou pelos pais e irmãos maiores. Noto, pela leitura das belas páginas, que a modalidade do comportamento infantil e das brincadeiras era, mais ou menos, idêntica em muitos dos quadrantes mineireiros (isso constatei quando, já adulto, fiz uma criteriosa pesquisa sobre a cultura popular de Minas Gerais, que resultou num livro ainda inédito).

As românticas serenatas nas altas noite enluaradas marcavam o espaço da criança diante do da juventude. O som dos violões, cavaquinhos, bandolins e pandeiros entonizando as vozes apaixonadas dos seresteiros, brindava o silêncio da terra e do céu com o repertório dos cantores profissionais Orlando Silva, Francisco Alves e Carlos Galhardo, imitados pelos trovadores locais com a possível perfeição. As estrelas piscavam no céu, a terra orvalhada agradecia a fertilidade do amor universal, ali candidamente representado.

Diante de tantas aquarelas nostálgicas e tocantes, quem da terceira idade como eu, não fica embevecido, possuído de muita ternura e saudade? Quem não fica agradecido ao refinamento rememorativo vivenciado pela autora Odete de Assis Freitas, que tão bem reafirma que o que realmente é bom sobrevive, atravessa os anos e brilha como a lua sempre nova e cheia das paisagens e dos tempos preservados na saudade, ressuscitando, sempre, um bom quinhão da FELICIDADE.

quinta-feira, março 08, 2012

A COMUNHÃO DO RISO


- Já foi dito – não me lembro por quem -: sorri e o mundo sorrirá contigo; chore, e chorará sozinho.
- O pensador cáustico pergunta a si mesmo: o que matou o presidente da república? E prontamente responde: foi a desonestidade. Mas o que vou fazer com este pensamento: escrever e jogar fora?
- Citação de memória fraca: masoquista é o sujeito que gosta de um banho quente toda manhã – e por isso toma um banho bem frio.
- Ao contrário do que muitos pensam, a segunda-feira é o melhor dia da semana. É o que está mais longe da outra segunda-feira.
- O homem americano polui cinco vezes mais que o indiano. Logo, povo desenvolvido não é, consequentemente, povo limpo.
- A escritora Patrícia Melo raciocina em bloco como o escritor Paulo Francis raciocinava. Mas ela se distingue com a graça feminina, o que o guru do Pasquim não poderia fazer. A graça feminina ainda vai salvar a humanidade dos estereótipos desengraçados?
- Adoeceu. Inchada. Chamaram o doutor Machado. Foi-se.
- E para provar a impraticabilidade do onanismo entre os pássaros, o ornitólogo no viveiro, disse: Uma andorinha só não faz, verão.
- Conserve seu sorriso – diz o letreiro dentro do ônibus. As dificuldades são as passageiras.
- Era carpinteiro de cemitério. Seu nome: Armando Cruz de Madeira.
- Oposicionista chapa-branca é um oportunista que não se manca?
- A cama de um bordel de baixa rotatividade é também uma boa conselheira?
- Em se tratando de um político, a mão direita deve ignorar o que a esquerda faz?
- Outra pergunta cretina: quem morde na água quebra a cara?
- E onde andarão as chumbadas leves de antanho?
- Quem conseguirá extrair a raiz quadrada das cebolas?
- O degustador: armado de seu binóculo, da janela mais alta do edifício, vai desnudando, mulher por mulher, a cidade noturna.
- Seu coeficiente de inteligência é excepcional. É míope em terra de daltônicos.
- As mulheres não jogam futebol, mas praticam os melhores lances da arquibancada.
- Na cidade os pernilongos são descomunais, tão grandes que quando pousam nas orelhas dos sanitaristas, elas até balançam.
- Era tão distraído que quando retornou da lua de mel, deixou a mulher em Poços de Caldas.
- O rio da roça viajou muitas léguas para conversar com o rio da cidade. Mas quando chegou perto não aguentou o fedor.
- Nunca um não me doeu, dizia o otimista. Pois quem não me ama, não me merece.
- O futebolista jogava mal, mas era muito educado. Se recebia a bola de um adversário,
retribuía imediatamente.
- Com a mesma displicência o açougueiro cortava o frio com a faca amolada.

VIVER OU MORRER DE RIR?

- Na corrida dos cromossomos o vencedor tem 9 meses de merecido repouso.
- Deus custa fazer um bobo. Mas quando faz diverte muito.
- Últimas palavras de um conformista ao ser atropelado fatalmente por um automóvel que seguia a 120 km.: “Tudo passa neste mundo”.
- Ficou cego de tanto pagar aluguel que custava os olhos da cara.
- A mentira tem pernas curtas e boca larga.
- A Santinha do Pau Oco tem tudo para ser personagem de Faulkner: presbiteriana à mesa e herética (ou erótica) na cama.
- O Desmancha Prazer tem dez manchas onde ninguém pode ver.
- Era um cantor que espantava os próprios males quando cantava.
- O que há de comum entre o escritor e o relógio é que ambos são imprecisos e trabalham de graça.
- Nunca mais levou desaforo para casa depois que descobriu o caminho do bar.
- Sujeito amarrado pro rabo tava ali: por mais que se batesse na cangalha, o burro não entendia.
- O algoz fez tanta cócega na vítima que ela morreu de tanto rir.
- A imaturidade feminina é biológica. Dos seus 100 mil óvulos apenas 450 amadurecem.
- Era realmente um cabeça de Bagre, apesar de ter nascido em Lambari.
- Humorista, Prometeu ria da própria desgraça: acorrentado ao rochedo, os abutres faziam-lhe cócegas no fígado exposto.
- A árvore da vida não dá mais frutos: só serve para quebrar galhos.
- O galanteador e a feminista, vestida de verde, trocam amabilidades:
Ele: “Verde é a cor da Esperança”.
Ela: “O verde nem sempre é capim”.

HUMOR DE ALMANAQUE (adaptação do colunista).

O marido Chiquito escreve uma carta à esposa Chiquita, nos seguintes termos: “Querida esposa: como não consigo falar com você sobre certos assuntos – você se irrita facilmente..., passo-lhe através desta os dados de uma estatística que fiz sobre o nosso insucesso conjugal\sexual durante o último ano. É o seguinte: das 365 tentativas que fiz para seduzi-la, só logramos êxito em 36. Isto por que: - em 17 vezes podíamos despertar sua irmã, que dormia no quarto ao lado; em 15 vezes você alegou que fazia muito calor e que suava em todos os poros; em 8 vezes fazia tanto frio que nenhum estímulo surtia efeito; em 52 vezes você alegava cansaço e indisposição; em 23 vezes você adiantava o relógio para alegar que estava muito tarde; em 26 vezes você argumentou que estava “naqueles dias”; em 69 vezes você estava dormindo que nem uma pedra; em 9 vezes você não suportava os ruídos que a cama fazia; em 6 vezes você culpava uma terrível dor de cabeça; em 2 vezes a sua dor era de dentes; em outras 2 vezes você rezava e não largava o terço para nada; em 10 vezes você alegava ter jantado muito e que podia fazer mal; em 32 vezes você estava brigada comigo; em 17 vezes você queria, dramaticamente, brigar comigo; em 12 vezes eu é que queria brigar com você; em 7 vezes você não queria perder o filme da sessão coruja.

Mas o êxito das restantes 36 vezes não foi completo por que: em 11 vezes você disse que eu não tinha tomado banho direito; em 10 vezes você me desestimulou ao constatar que o teto do quarto precisava de uma nova pintura; em 2 vezes você reclamou que eu estava muito afoito; em outras 2 vezes apareceu na tela da TV a figura deprimente de um político bilioso e ladravaz; em 6 vezes tive que acordá-la para dizer que desistia da intenção; em outras 6 vezes pensei que a tinha machucado, pois você dava sinal de vida.

É o que tinha a dizer, minha querida. Não me leve a mal e... beijinho-beijinho, já que deve, nesta altura, estar Xuxa da vida. Seu (eu disse seu?) Chiquito.

terça-feira, março 06, 2012

O RISO NÃO PAGA IMPOSTO



- Era um cantor que espantava os próprios males, quando cantava.
- Escrevia tanto e tão mal que o digitador, mesmo zangado, bocejava.
- O juiz de futebol morreu esmagado por uma pedra noventa.
- A esperança dos covardes, dos corruptos e dos medíocres é que se dê um fim nos corajosos, nos íntegros e nos inteligentes.
- O silêncio de ouro: esse só os ricos compram.
- O bêbado noturno, deitado na grama da rua, apaga a luz da lua e dorme com os anjos.
- Esse cara é normal, dizem. Mas manca das duas pernas.
- Quando convidou a religiosa para queimar incenso no altar de Eros, levou um bofetão. Ela se chamava Elvira, mas não era Pagã.
- Quando São Pedro arrasta as cadeiras no céu, os desabrigados na terra dançam.
- O slogan de Bakunin “destruição é também criação” foi plagiado do dito de uma criança ao ver destruir uma casa: “Olha, papai, estão construindo um terreno ali”.
- Yeats, poeta inglês, afirmou: “das nossas desavenças com os outros, fazemos retórica; das desavenças que temos conosco, fazemos poesia”.
- A maior diferença entre a tecnologia e a mediocridade é que a última está mais ao alcance de todos.
- Quem é precavido come a lata e joga o conteúdo fora. A lata de sardinha.
- Escrevia à máquina porque não sabia o alfabeto de cor.
- A idade média dos favelados continua sendo a idade das trevas.
- A Disneylândia é uma selva tão civilizadinha que os leões dispõem de manicures, dentistas e barbeiros.
- O professor mulherengo ilustrava as aulas com recortes de revistas femininas.
- Os escritos dos autores modernistas da Semana de 22 não seriam como as balas de calibre 22: inócuas de perto e mortais à distância?
- O uso do cachimbo não faz a boca porca?
- O papel do jornal financiado pelo governo não serve apenas para embrulhar verduras?
- Ela é linda de morrer: é assim que os agonizantes dizem da morte?
- Era dado a trocadilhos infames. Morreu com uma palavra atravessada na garganta.
- Aquele atacante do time tinha o pé tão torto que não acertava nem a linha de fundo.
- Quem chora da testa para cima ri de orelha a orelha?
- Hollywood, antiga usina dos sonhos românticos de todo o mundo, agora só fornece energia aos repetidores de tevê.
- Deus foi sábio e justo em fazer o escritor Carlyle casar com a senhora Carlyle. Assim, em vez de fazer quatro pessoas infelizes, fez apenas duas.
- O Flávio Cavalcanti tinha fama de cabeça de toucinho. Já o Silvio Santos é um osso duro de roer.
- O sádico e o masoquista: enquanto um mata de raiva, o outro enterra de prazer.
- Segundo Ezra Pound quem fez a primeira cadeira é um inventor; quem fez a segunda é um mestre. E quem sentou na terceira é um diluidor.
- No mundo dos espetáculos, sempre que uma estrela cai, um astro cai em cima.
- No Brasil não há outono. Mas as árvores caem.
-Paulatino? É o nosso.
- Beaumarchais, quando disse que o que é muito tolo para ser dito pode ser cantado, estava profetizando o surto interminável dessa barulheira que a juventude eufemística chama de som legal.
- Afinal de contas o celibatário é muito sabido. Não tendo uma, tem todas as mulheres ao seu alcance.
- Distraído o estafeta entregou o destinatário ao remetente.
- Os sonhos da bela adormecida no bosque com o monstro da lagoa negra faziam a branca de neve corar.
- Sentiu a vontade indômita de olhar para trás. Acabava de passar por uma dona de rosto lindo.
- Com a atual amplitude dos horizontes do conhecimento, as pessoas ficaram mais ignorantes? A impressão que se tem é que estão sempre exprimidas entre aspas, parêntesis e paredes.
- André Malraux cunhou uma frase que assenta como um chapéu na cabeça dos políticos e novos ricos brasileiros: “O contrário da humilhação é a dignidade”.

ELE E ELA – A CORDA E A CAÇAMBA (*)

“A castidade da mulher é um terçol no olho do Diabo” (Provérbio Árabe). - As mulheres se admiram como um homem que estaciona o carro em uma vaga apertada, só olhando pelo retrovisor, e não sabe onde fica o ponto G. -Homens e mulheres não são idênticos biologicamente, mas moralmente têm os mesmos direitos. -Os homens geralmente mais altos; as mulheres, mais miúdas. Mas a visão periférica da mulher é maior. - A imagem pornográfica burla a percepção estética e abraça e beija diretamente a percepção libidinal. - Seios, lábios, vulva, bunda, coxas, mãos, pés, umbigo, axilas, etc., são as representações significativas de palavras como sensualidade, tesão, lascívia, volúpia, erotismo, libido, prazer, sexualidade: e são, por assim dizer, as melhores partes da natureza humana. - Os homens são responsáveis por 96% dos arrombamentos e 88% dos assassinatos. - O testosterona, hormônio que o homem tem 10 a 20 vezes mais do que a mulher, é o principal responsável pela configuração do cérebro do feto. - O padrão básico de formação do corpo e do cérebro do feto da espécie humana é feminino. Os mamilos no homem, sem funções; as glândulas mamárias que não funcionam. Quando há má distribuição de hormônio no feto, a criança pode nascer predisposta às inversões sexuais. - O homossexualismo é inato – e para cada lésbica existem 8 a 10 homens gays. - Se o feto é geneticamente feminino (xx), mas o cérebro recebe hormônio masculino, o resultado é um corpo de mulher com estrutura cerebral de homem. - O hipotálamo é a parte do cérebro que agasalha o centro do sexo e que controla as emoções, as batidas do coração e a pressão sanguínea. - O impulso sexual da mulher é menor porque tem menos testosterona. Seu intercurso sexual é mais prolongado para criar um filho e outro, enquanto que isso nunca existe para o homem, que pode conceber centenas de filhos no mesmo ano. - O sexo aumenta o nível de testosterona, fortifica ossos, músculos e produz o colesterol benéfico. Mais sexo é igual a menos estresse e vida mais longa. - A espécie humana não é monogâmica por natureza. O homem tinha que aumentar a população. A mulher tinha seu período de abstenção. Para ficar com uma só mulher, o homem tem que travar uma batalha constante consigo mesmo. - A mariposa era atraída pela lua, tudo bem. Veio a lâmpada elétrica para atraí-la – e assim ela morre incinerada. - O galo pode trepar até 60 vezes por dia. Mas com a mesma galinha, o máximo que consegue é 5 (cinco) vezes. Assim também os touros, os carneiros, os homens. - A mulher quer o homem parrudo e doce, ou seja, que seja ao mesmo tempo machão e bicha. - O homem quer primeiro o sexo e depois o sentimento. A mulher quer, primeiro, o sentimento e depois o sexo. 

(*) compilação aleatória até a página 187 do livro “Por Que os Homens....”, de Bárbara Pease.

sexta-feira, março 02, 2012

VOTO DE ALCEU AMOROSO LIMA

(Tristão de Ataíde)
Membro da Comissão Julgadora do Concurso de Contos e Novelas do “Prêmio Afonso Arinos”

a) “José Afrânio Moreira Duarte é um intimista de cores e alusões sutis, que se revela nestes seus novos contos um mestre na psicologia dos entretons literários”. 

b) “Por sua vez, Lázaro Barreto, com “A Cabeça de Ouro do Profeta”, dentro da linha fantástica do realismo mágico que vai de Edgar Poe a Júlio Cortázar e Clarice Lispector, se mostra um contista de grande originalidade, forte e sugestivo, que honra o jovem grupo de Divinópolis, como houve, nas origens do Modernismo, o grupo de Cataguases” Rio de Janeiro, 1969. 

O livro foi publicado no ano seguinte, em Belo Horizonte, pela Imprensa Oficial.