quarta-feira, abril 28, 2010

ALICE NO ESPELHO DAS MARAVILHAS

Os olhos fixos nos alvos adjacentes. Os ouvidos atentos aos sons pertinentes. Assim a escuridão e o silêncio serão afugentados e o que brilha equilibra o ritmo e a melodia das esferas próximas e distantes. A chama infantil que tanto amamos continua luzindo vida afora, vida adentro. O inverno aglutina as noites numa parede escura, ao mesmo tempo inamovível e diáfana. A vida é boa quando é um sonho, e péssima quando vira um pesadelo. Ela sorria, mirando-se no espelho. Sua alegria ia aos cantos da boca, que se abria e alongava. E os cantos da boca quase se encontravam na nuca. Era toda sorrisos a inventar sonhos, nos quais inventava os sonhos das pessoas amigas de sua eterna infância.

terça-feira, abril 27, 2010

A TERCEIRA IDADE

A vida é um sorriso que faz chorar. E a morte, o que será? A morte é uma lágrima que faz sorrir? A velhice vem de longe e chega perto. Começa com a sombrinha nos olhos, as manchas solares no rosto imberbe, O descompasso nas pernas bambeadas. Culmina apontando o norte da morte (que está sempre ao lado de quem está vivo), o fim de uma ópera de remoto começo. A velhice: primeiro estampa suas dobras na lamentação crepuscular. Depois remói os achaques, num sintoma de bambeza nas pernas, num grito acolá de palpitações e secreções, além de ferimentos de anímicas perebas. Repercute nas mágoas viscerais, nas punhaladas dos diabos e das diabetes. Logo surgem as cãs duelando com a calvície. E também a íngua mental e o descalabro sensitivo. O canal da uretra, descabido. A próstata, a próstata, a próstata. A glicose amargurando. A pressão arterial acuada ao encontro da cirrose hepática, a disfunção disso e daquilo. Uma angina que vem de longe pousa no peito. O irremediável esôfago de barret. A finalíssima senilidade atrofiando as vértebras. As manchas tempestuosas no excesso de peles das gritantes feiúras faciais e a disritimia entre o desejo e a função sexual, como se um ainda estivesse atento e fervoroso e a outra afastando-se para as colinas, distanciando cada vez mais nos cinzentos horizontes, que continuam movendo-se para os círculos de outras limitações.

segunda-feira, abril 26, 2010

A IMPRENSA TUTELADA

É mais fácil e conveniente morar no vazio repetitivo, do que inaugurara e manter uma nova estação de eventos? A verba do poder público, que compra as opiniões, é pegajosa, cheira mal? Não causa dor de cabeça nem indigestão aos apaniguados das nefastas gestões? Não desalinha a perspectiva de uma possível evolução cultural limpa e frutífera? Não emperra o maquinário das iniciativas honestas de empresas idôneas? Não dilui a moralidade na fonte e no âmago de uma estrutura social em necessário e possível aperfeiçoamento? Ela, a imprensa tutelada, não passa de uma porca-miséria a entupir lixeiras e lixões? Uma merda fedorenta?

O DIA DOS FILHOS

Há cinco anos que ganhei de minha filha uma camisa amarela (e este foi apenas um dos incontáveis presentes que tenho recebido dela), que visto continuamente por assentar-me muito bem. Sempre impecável na cor e na inteireza. Minha filha sempre jogou no time dos perfeccionistas: os melhores desempenhos nos cursos, estágios e empregos, ao longo dos anos. Quando nos ciceroniou numa inesquecível viagem à Portugal, foi metódica, cordial, perfeita. Agiu como se conhecesse todo o País, seu sistema de acomodações e de transportes e, principalmente, seus principais pontos maravilhosos de turismo. O filho, igualmente metódico e persuasivo, destaca-se pela vocação científica. Em criança queria saber o que ainda faltava para ser inventado (queria suprir a lacuna). Desmontava os brinquedos para remontá-los em seguida e assim entender a engrenagem mecânica deles, adquirindo novas idéias e imagens em seu prematuro currículo. Até hoje é assim: vivendo em São Paulo corrige os defeitos em nossos eletrodomésticos através de simples telefonemas. Está muito feliz em sua especialidade profissional, realizado e realizando as demandas tecnológicas de nosso tempo. É por tudo isso que percebo no calendário anual consagrado às homenagens aos acontecimentos e aos seres nos Dias disso e daquilo, a ausência de um DIA DOS FILHOS, celebrando e festejando as realizações e a importância dos mesmos a favor da vida familiar e social em todos os tempos e lugares do mundo. Se existe o Dia das Mães, dos Namorados, dos Profissionais disso e daquilo, por que não se admite no calendário oficial o DIA DOS FILHOS? CIVILIZAÇÃO? 

PASMACEIRA

Se ainda estamos neste baixo astral de terra magoada, amassando o barro do dia enfadonho, expiando culpas no cartório e pecados na sacristia, é por que não somos flores que se cheirem? Somos o ranzinza caído e pisoteado? O torpe vencedor ou o reles vencido? O vento que sacode as árvores do quintal, não seria o aziago sopro de nossos obsessores da baixa atmosfera, que azucrinam nossas idéias, que aguçam nossas malfeitorias, que disparam infartos e derrames contra nossa debilidade psicofísica? Quê lástima! O dia é longo no envoltório de gazes densos que atravessam o rio das fezes e das urinas... O sabiá fica perguntando no alto da mangueira: “por que a morte não vem de uma vez?” Puta merda! Em seu lugar vem o tempo nevoento (diapasão nojento), a eternidade em pedaços sujos e esfarrapados.

domingo, abril 25, 2010

DEVANEIO

As árvores passam voando na janela do ônibus. A moça ideal dorme na poltrona ao lado? O sono é aura e nele a ninfa Eco repete os cantos lá do vale e o jovem Narciso repete as imagens no poço: um e outro são as duas solidões do amor. Dormindo ela se inclina para defender-se de outros lumes inquietantes: seus braços encostam nas nuvens? A brasa solar oprime suas partes íntimas? O úmido batom desmaia nos lábios tentadores? O calor que circunda o ventre aninhador... Os cabelos sedosos acalmam as alvíssaras ? O que se apóia na proximidade voa nas lonjuras? Que mal faz se conversar pensativamente comigo? Que mal faço se a cantar pensativamente, agora mesmo um pouco pelo menos?

INSTANTE FEÉRICO (2)

De onde estava só podia ver o dorso e não a palma da mão dela. Os dedos elegantes, francamente desnudos - pentagrama chopiniano escrevendo o belo prazer, o belo prazer de articular os emblemas do prelúdio e do epílogo da façanha vital, sem sair do lugar em que estava. Os predicados naturais exorcizam os anátemas nas profundezas do poço abjurado. O polegar e o indicador seguram a página do jornal noticioso. Os outros dedos descansam na mão carinhosa, cada qual com sua específica palavra de amor negado ou obtido, a esquecerem o frio de tantos invernos, a escreverem o calor daquele momento, a refazerem das cinzas o fogo que volta a crepitar, que volta a crepitar (no meio das glicínias).

sexta-feira, abril 23, 2010

DESTERRO EM MARILÂNDIA

Alguma coisa eternamente imprecisa apascentava as pessoas do arraial, naqueles dias de cruzes de ferro em brasa... Nos arreadores as vacas beatíficas remoíam o verde do destino, seguiam apartadas de suas crias, aumentando nas árvores a tristeza. Ah, por que uma silenciosa catástrofe não atende aos apelos da vegetação esmirrada nos barrancos? Por que das nuvens não vem a goteira de água fria para abrandar meus nervos afogueados? Ah, logo senti nas enormes horas da noite a dor espiritual de estar ali, atolado na individualidade, a penitenciar-me, incauto até falar que chega. A ferir-me, anônimo, nos poemas eternamente inconclusos.

quarta-feira, abril 14, 2010

MONTOEIRA DE ABRIL

Os resquícios diluvianos das arengas temporonas despejaram suas cobras e lagartos, vomitaram seus ratos e sapos e serpentes... Despencaram dos morros cariocas e fluminenses (enrolando e sufocando os gritos das vítimas, arrancando as raízes e superfícies das escarpas no sobe e desce do pétreo emaranhado de uma natureza acometida do mal de parkinsom). A pobreza que virou miséria e lixo social sobressalta na lixívia, nos lixões, nos solavancos, nos soterramentos. No envoltório moral as entranhas do poder público derrapam num caudaloso vômito de seus notórios desmandos. O deus dos desgraçados tampa os ouvidos. O diabo dos malfeitores abre os braços repletos de pregos letais. Era uma vez a cidade maravilhosa do rio de janeiro, agora exausta e exposta, moribunda e fétida espelhando-se nos mortos e feridos e desabrigados, não sabem voltar nem seguir na paisagem deturpada. Tudo por causa dos mamadores da pátria (dos arrivistas dos mandriões dos corruptos). De onde virá o perdão e o alívio? A inocência está de mãos postas. A culpa esconde as unhas da fome de verbas públicas (agora dissipadas na montoeira dos alheios infortúnios).

A BRIGA NO ESCURO

 A fé numa dádiva que ainda não foi concretizada

As descobertas telescópicas de Galileu “desmentiram aspectos fundamentais da ciência aristotélica, considerada o padrão de verdade por mais de mil anos” (página 87 do livro de Dan Burstein e Arne de Kejzer, “Os segredos de Anjos e Demônios”, Editora Sextante, Rio de Janeiro, RJ, 2005. Para Wade Rowland (um dos entrevistados do livro) “a ciência sempre deveria ter precedência sobre as escrituras em todos os assuntos que admitissem a pesquisa científica” (página 83).. A partir deste parágrafo omitiremos os nomes dos autores e da editora, para evitar a repetência e economizar espaço. Citaremos apenas os números das páginas do livro e os nomes dos autores de cada fragmento aproveitado. A ciência avança e a religião estaciona (pág. 88). O brasileiro, professor de Filosofia Natural, Marcelo Gleiser, cita Newton na página 66, para assegurar que a própria natureza contradiz a idéia católica de Deus, citando também Benjamim Franklin, que relega Deus ao papel de criador do mundo e das leis que regulam seu funcionamento, mas que não mais marca presença no universo, cujo segredo é a natureza que agora detém. As lições de moral que, segundo Galileu, a moderna cultura ocidental ensina é que “a pedra angular de nossa crença em um poder supremo na validade da razão e no exclusivo acesso ao conhecimento confiável do mundo, não é da alçada da religião e da espiritualidade, que não passam de meras superstições” (pág. 91). Sabemos, mesmo assim que a ciência “JAMAIS” terá todas as respostas. Mas um dos entrevistados, Richard Dawkins (pág. 95), chega a ser ríspido ao afirmar que a religião “ou admite que a Deus é uma hipótese científica e deixe que Ele se submeta ao mesmo julgamento que qualquer outra hipótese científica ou aceite que seu status não é mais alto do que o das fadas e duendes”. Dawkins, que é biólogo, zoólogo, professor, líder evolucionista e ateu, é bem rigoroso, também, quando compara a fé religiosa com a orientação científica: “a ciência proporciona o sentido mais estupendo de maravilha em relação ao universo e à vida, algo que obscurece o pequeno, pobre, insignificante e mesquinho sentido de admiração que qualquer religião já conseguiu formar” (pág. 103). Ele “está certo que a ciência acabará explicando a razão de nossa existência”, como acentua, na mesma página, o diretor do CERN Maximiliam Kosler. E vai além, chamando a religião de vírus mental e declarando que ensiná-la às crianças equivale aos maus-tratos infantis (pág. 103). E continua dizendo que “a ciência não pode oferecer nenhum ética, nem a religião pode. Se fundássemos nossa ética na religião, ainda estaríamos apedrejando as adúlteras até a morte (...). Quando as pessoas de hoje de fato baseiam sua ética na religião, tal ética é de má qualidade porque inclui coisas como a resistência à pesquisa das células-tronco”. A comparação entre os cientistas e os políticos (pág. 111, ainda Dawkins com a palavra): “os Estados Unidos são a principal nação científica do mundo, e o que é tão confuso é a mania religiosa que tomou conta do país. Se olharmos para a elite de cientistas americanos, que realmente representa a elite do mundo, veremos que mais de noventa por cento dos eleitos para a Academia Americana de Ciências são ateus. Compare esse dado com o que temos dos senadores: nenhum deles se declara ateu. Isso não pode ser verdade, pois eles retratam o mesmo tipo de pessoa. A conclusão irresistível é de que estão mentindo. O que é muito triste é que eles precisam mentir para serem eleitos (...). O político não consegue votos se for ateu. As pessoas preferem votar em qualquer outra categoria do que em um ateu”. Com a palavra Dean Hamer (geneticista famoso): “A igreja católica é contra o aborto, as células-tronco, a homossexualidade, as liberdades individuais – é muito preconceituosa. Os conflitos entre a ciência e a religião ainda não acabaram. Se a religião permanecer arraigada às idéias culturais que não estão necessariamente corretas e que são reforçadas pela burocracia, ela continuará perdendo (pág. 117). “A verdade científica nos diz quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Os mitos e o misticismo acabam sendo dominados e submetidos à realidade empírica. É de fato possível encontrarem-se milagres modernos na medicina moderna: injeções de insulina, marca-passos, exames de ressonância magnética, radiografias, cirurgias de transplantes e remédios” - palavras de Josh Wolfe, jornalista especializado em nanotecnologia, na página 123. Constato, mesmo faltando muitas páginas para a pilhagem de transcrições, que posso dizer sobre o livro que ele é muito importante para quem aprecia o debate de idéias claras e lúcidas.

PERGUNTAS AUTOMÁTICAS

Recordar o ingrato tempo da infância, da adolescência e da juventude é repetir o doloroso exercício de um obtuso, maquinal masoquismo? O que vem de longe, crescendo em vídeo, é o purgante depois da indigestão? Os dias cansativos do horror paulatino estão agora recobertos de asco e ogeriza? Por que o estigma no reviver de desditas? Não já paguei ao destino até o que não devia? Por que me ocorre agora este soneto de obviedades? Sou e serei o que sempre fui, irremediavelmente? O signo de VÍTIMA bem estampado na fronte? O choro reprimido latejando interiormente?

segunda-feira, abril 05, 2010

POEMA DIDÁTICO (*)

Se o ser humano perder o medo de Deus... O ser humano abraça o Demônio? Deus é a luz e o Demônio é a treva? E o ser humano, o que é? Um joguete? Onde fica o amor próprio do Adulto, depois de perder a Infância? Tanta fome no Mundo... Tanta sede. Um valor mais alto não se levanta, nunca? A palavra Ciência é apenas uma palavra? Não quer dizer a Verdade, que tanta falta nos faz? Pode substituir a Religião, em argumentos mais plausíveis? Ela prega aos quadrantes e aos círculos universais que o Mundo não foi criado por Deus nem pelo Diabo, que o Mundo não pode ser explicado nem dominado por nenhum dos dois, ambos abstratos, intangíveis, miragens. A Ciência não seria também uma abstração? Não e não, ora pois! Ela suscita, demonstra e cria. É a ferramenta do ser humano na luta pela saúde da Vida, da Vida de Todo o Mundo. 

(*) Acredito que a Ciência tem mais Poesia do que a religião Pois é. Tem mais Verdade e menos Dor.

ELIANE E JÚNIOR

Quando leio a história dos heróis, fico sabendo da grandeza de suas ações, libertando povos oprimidos. Quando consulto a obra dos pensadores, fico sabendo da beleza, na beleza e na verdade de seus trabalhos, criando luzes para extinguir as trevas. Aí sinto que o ser humano transcende a si mesmo, muitas vezes. Mas quando vejo a felicidade dos nubentes transigir para a ventura dos cônjuges - ELIANE e JÚNIOR - , sinto que a humanidade está bem encaminhada na criação e na difusão das luzes que dissipam as trevas e instauram no presente e no futuro as flores e os frutos da felicidade. 

Paráfrase de um poema de Walt Whitman (do livro “Folhas de Relva”, editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, RJ, 1964.

TODOS RUMO AO CENTENÁRIO

Nome Completo: LÁZARO Valentim dos Reis BARRETO. Data do nascimento: 06/01/1934. Natural de : Marilândia, município de Itapecerica, Minas Gerais. Resumo do Histórico Profissional e Familiar (Cônjuge, Pais, Irmãos): Aposentado da CEMIG, Formado em Ciências Sociais, pelo INESP. Iniciação em Literatura desde a adolescência, quando viveu em Belo Horizonte e depois em Uberaba, Salto Grande e Cachoeira Dourada. Participou como correspondente da chamada Geração COMPLEMENTO, na década de 50, em Belo Horizonte. Manteve longa correspondência (amistosa e literária) com Carlos Drummond de Andrade, foi Membro da União Brasileira de Escritores, da Comissão Mineira de Folclore, participou do Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo e do Seminário para a Implantação de uma política cultural do Ministério da Cultura, em Brasília, juntamente com cerca de 90 intelectuais de todo o País. Coordenou para a FUNARTE uma pesquisa sobre a cultura popular do estado de Minas Gerais, pesquisou e publicou os livros das histórias municipais de Divinópolis, Arcos e Desterro. Participou da fundação e da direção dos jornais literário AGORA e DIADORIM, nos quais foram lançados autores hoje de renome como Adélia Prado, Oswaldo André de Mello, Fernando Teixeira, Sebastião Milagre , Heraldo Alvim, GTO, Mário Teles, Valdir Caetano, Fabrício Augusto, Jeane France e muitos outros. Colaborou assiduamente em todos os jornais e revistas de Divinópolis, desde 1966 (ano em que passou a residir na cidade) até os dias de hoje, com crônicas, poemas e ensaios. Participou de diversas antologias literárias no Brasil (São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte) e no estrangeiro (Polônia, Estados Unidos, Uruguay, Argentina), além de publicar os seguintes livros: “Árvore no Telhado” (poesia), “Mel e Veneno” (poesia), “Lapinha de Jesus”, pela editora VOZES, em parceria com Adélia Prado, “A Cabeça de Ouro do Profeta” (contos, pela Imprensa Oficial, de Belo Horizonte), “Aço Frio de Um Punhal” (contos, pela editora Guanabara, Rio de Janeiro), “Memorial de Divinópolis”, História de Arcos, Memorial do Desterro, Família Oliveira Barreto (pesquisa genealógica), além de participar de muitas outras publicações literárias em várias partes do país, principalmente nas páginas especializadas dos jornais de Belo Horizonte. Mantém em sua residência dezenas de obras inéditas (romances,contos, poemas, teatro, ensaios). Mereceu uma alentada Tese de Mestrado do Professor da PUC-Minas, Mauricio José de Faria, intitulada “Estratégias da Representação em Aço Frio de Um Punhal, de Lázaro Barreto” Sua obra mereceu, também, criteriosos estudos críticos de reconhecidos autores como Pedro Pires Bessa, José Afrânio Moreira Duarte, Lélia Parreira Duarte, Lélia Coelho Frota, Leila Miccols, Assis Brasil, Nogueira Moutinho, Adriana Versiani, Alécio Cunha, Camilo Lara, Ana Hatherly, Pavla Lidmilová, Carlos Augusto Calil, Danilo Gomes, Oscar D’Ámbrósio, Dantas Motta, Lacyr Schettino, Foed Castro Chamma, Lais Corrêa de Araújo, Ary Xavier, Terezinka Pereira e Muitos Outros. É filho de José Valentim Barreto e de Isolina Gonçalves Guimarães, irmão de Devanir Guimarães Barreto, Maria Victória Barreto e Maria José Barreto. É casado com Inês Belém Barreto e pai de Ana Paula Barreto Lopasso (casada com Guilherme Barreto Lopasso) e de Paulo Henrique Belém Barreto, casado com Layla Suchodko de Lima. Participou, com o empresário e intelectual Geraldo Barros, das memoráveis Semanas de Arte de Divinópolis (constituídas de espetáculos teatrais, musicais, exposições de artes plásticas, palestras e recitativos), na década de 70 - quando a cidade transformava-se num vívido palco de arte e cultura regional com boas ressonâncias em muitas outras partes do País, mormente no afã de integrar as conotações da arte de vanguarda da época. Mantém um blog literário à disposição dos leitores, que é: http://lazarobarreto.blogspot.com.

sábado, abril 03, 2010

A MARAVILHOSA BONDADE

Começa no olhar? Vai pelas orquídeas e ovários e gestos. Passa e fica em cada um dos poros, cintila aqui e ali no desequilíbrio do equilíbrio do corpo amável (esse livro (aberto? fechado?) que refuta os dogmas e os sortilégios - e exalta a fluidez dos sentidos levemente tocados). Cada pétala de flor nas curvas é um reflexo do desejo do desejo do desejo... É bom saber que o amor vem de repente e nunca acaba sem aviso prévio. Tudo de bom em toda parte dele. A maciez do sólido o arrepio do toque o dedilhar nas claves do alvoroço. Tudo de bom em toda parte; da pontinha das orelhas aos lumes das unhas dos pés e das mãos maviosas. Tudo a refletir, a crepitar, a devorar e ser devorado no envoltório dos momentos e dos cabimentos recomeçados depois da seguida manhã, mais cedo ou na tarde da noite. O mesmo fogo que é luz, a mesma carne que é alma. (a maravilhosa bondade em termos de um possível poema erótico para homenagear a femininilidade que salva o mundo da penúria estática).