O traço marcante na biografia de Panécio Pereira da Silva, pintor primitivo e criador, é a dimensão do fôlego de suas experiências afetivas, o calor de seu amor às mulheres que projetaram os horizontes de sua vida. Amou tantas nos decênios de sua maturidade, sem nunca porém exceder o prazo de cinco anos no amor extremado de cada uma. Quando uma saia pela porta dos fundos, a outra já assomava à porta da frente. A que ia, morria no quadro de evidências abstratas de seu cotidiano; a que chegava, acionava o interruptor das correntes elétricas, reativava os sons e os cheiros e as luzes da casa. Ele sabia que há mais de uma mulher em cada mulher, que os dedos das mãos (todos em linhas retas) não são iguais, sabia que há várias maneiras de dobrar um lenço de cambraia, de ver um melro no muro e, como diz Harvey Cox, há muitas formas de “se ouvir uma prece ou de simbolizar um cosmo”. Sabia que não podia ser o mesmo o tempo todo, que tinha de passar as roupas da alma e não apenas as do corpo, e mudar de lugares para não emparedá-los na rotina.
A primeira de sua mulheres, a dos olhos amendoados, Fernande Olivier, salvou-o da hipocondria, que já secava suas veias na transição da adolescência para a juventude. Vadiava na orla do mar, perdido em si na cerração das montanhas, quando encontrou-a na casa sem paredes, banhada pelo jogo de sons do mar negro e furioso na curva das pedras, e dócil e azul na reta da praia. Amou-a nas mil e uma noites dos primeiros cinco anos, esforçando-se na intenção de pintá-la em cada uma das maneiras em que a amava, às vezes cantando mentalmente, às vezes provocando câimbras nos nervos sexuais dela. Ele com o dedo do pé a sangrar no lençol de linho, ela a torcer de dor e gozo nas câimbras, a cama amarfanhada de carícias, manchada de rosas de tantos hímens rompidos. O mar ali perto, uma canção em dueto na tela controvertida da crença do amor entre duas cores: uma da poesia, outra do poema
- sou tão diferente de mim, ele diria.
A dissimulação é a pele que encobre o sangue
(o melhor do corpo dela é a lisura arredondada?):
a maratona de linhas no afã da curvatura,
o prazer da morte pela vida,
gostosa na passividade – eis como ela se deixa comer,
reagindo a seu modo em seus onímodos têmperos –
Ela!, o jeito singular de adequar a boca aos olhos
Ela imprime o que falta no que faz:
o riso inaudível das entranhas
- como despertar a essência do ser?
- como aproveitar a epifania, sem desacordar?
Depois de recair no vazio, Panécio encontrou Eva (Marcelle Humbert), com seu, dela, jeito manso de gatinha nas fofuras, levemente risonha e morenamente magra, a protestar inocência, a hipotecar a fé no amor. Na época ele era o fauno da gruta do levante espanhol, chispava fogo nas virilhas, vibrava sua muiltiplicidade pênica do corpo incansável – assim quase matou a pobre moça reflexiva na delicada parvoíce, que assim não aprovava tais loucuras, mas consentia em desnudar-se no corredor das fantasias parietais, a sorrir, a luzir em todo corpo. Às vezes parecia uma flor ao vento, a dançarina flexível e quase espectral – ah o interior da pedra (que era o quarto-alcova deles) era como o interior de uma nuvem nas alturas fixadas de um céu estelar. Ele beijava o nariz dela, engolindo-o maciamente, coloria os cabelos dela com os amarelos do pensamento, e queria sempre mais, e ela encolhia assustada, a perguntar: “você é tarado?” Ele pedia perdão, ela perdoava, abrindo novamente os braços e as pernas, novamente afeita e afoita. Foi difícil agüentar o peso da paixão alheia. Foi difícil agüentar o peso e o arranco da paixão, ela queixava no fim de um dos turnos, e ele respondia que ia ser difícil trocar o sol da gruta por uma lua sonolenta. Aí ela voltava a luzir, atravessava a parede, voava pra os velhos reinos prussianos de Goethe, de Wagner, pois era quase assexuada, não obstante o que virava e mexia e emergia da alma:
ela tinha carne na alma?
(a beijar os pés de Deus, como diria o Bernardo Guimarães, o demônio
tem a figura do desejo) –
O lábio inferior é mais gordinho,
é mais palatável que o superior:
a vontade que tive de tê-lo entre os meus, aos poucos,
na hora de dormir, horas mais tarde!
Depois ela meteu a alma no caixão do dia,
encerrou o corpo na sepultura da noite
(do que desejo e não faço extraio o modo de fazer o que sonho
nas noites solitárias dos outros dias).
Aí é que o estilo vem do abstrato e chega ao concreto.
Mas depois a borboleta bafeja as ruínas, resgata o abandono,
os dedos atiçam o fogo do corpo:
se não comprimir, o coração salta do peito!
Ele passava as mãos nos cabelos dela,
para desarranjá-los no desejo de chamas agora azuis.
Os desejos em chamas azuis,
as patativas dos cantos e recantos da memória.
Quando foi morar na vila italiana dos altos muros, os telhados cobertos de hera, de galhos e sombras, a Eva sempre a ave do paraíso que veio povoar seu hermetismo cubista até então resguardado. Seu rosto de donzela provençal, a harmonia dos traços passados a limpo no caderno escolar, o desafio das novas tonalidades e arabescos. O que fazer? A fadiga que vem do ócio é pior, já dizia Machado de Assis. Toda a felicidade (a fusão das virtudes pela exclusão dos vícios) é excludente e, portanto, infeliz. Ficava no ar a pergunta: como pintar a singeleza do nariz.,as papoulas da boca, as auras que desciam e subiam na velocidade da luz? Como exprimir o perfume dos olhos, a limpidez das pernas, o gotejar da vida interior? Desbravou o sertão dos trópicos, degustou cada relva dos murmúrios, cada areia das horas montanhosas. Uma cova de semente em cada poro, a inspiração da centelha na floração da nuca beijável. Três vezes ouvia a fruta cair no telhado – um cacho de uva em cada paladar da voracidade de seu estro de pintor flamengo, sempre flamengo. Mas quando ela empalideceu ainda mais para se esvair de todo na fatal inexistência, ele nem tentou socorrê-la, sabendo que agora
depois de passar de carne, a flor
é palavra no caminho da música:
dois ou três compassos no adágio da sonata,
o harpejo de três notas do súbito acorde,
pois
Beethoven não era surdo, era mudo e teve que inventar um dicionário especial para dar voz às suas palavras.
Quem já amou apenas uma vez, apenas uma pessoa?
Quem assim tanto se poupa precisa saber
que a principal ação da alma é a paixão
que quer
amar muitas vezes muitas pessoas:
pois está na cara que um corpo só não aguenta tanto amor!
Olga Khoklova chegou de outras remotas brumas, a desembrulhar para ele um coração de anjo tártaro. Encontrou-a como que por encanto numa alameda: os carros noturnos cortavam as direções, as cores das vozes líricas contavam uma história policial de amantes irresponsáveis. Assim Panécio encontra outra mulher de sua vida, a lembrar o dito segundo o qual o amor faz o cão ladrar em versos. Quando ele bateu na porta, ela já o esperava, prenhe de sortilégios e violetas. Precisava de um gin com tônica? A umidade de qualquer um de seus lábios? O umbigo dela, ansioso sob as vestes, os olhos fúlgidos, o corpo todo, tal como o da Sofia de Machado de Assis, era um reino unido com as cidades, as vilas, os campos, as florestas, as fronteiras dos rios mitológicos a nadar no meio dos peixes ariscos e das pedras preciosas. Ela até que podia conversar com as árvores, dar bom-dia aos cavalos do pasto. Mas um dia, quando a estreitava nos braços, sentiu que ela esfriava e desfalecia. Aí ele interrompeu o abraço, e era o que ela queria, pois logo esgueirou faceira, esticando as pernas , numa espécie de dança ou exercício de musculação, mesmo ali no atelier atulhado de telas e molduras, esboços de esboços de esboços de esboços. Ele como que nadava aqui e ali, a procurá-la nas águas turvas, no rol de tantas figuras fracionadas, sabugos, moelas, tições, girassóis, chapéus de sol e sombrinhas arrebitadas, tudo assim disseminado no repentino desamor, na reviravolta dos reveses de outrora, em cujas vasilhas de água azul, vinho tinto e rosas e rosas e mais rosas de Gertrude Stein, a dileta amiga das horas vagas. E numa das águas, a de gotas azuis dos olhos de Olga, ele molhava o gesto febril das prendas e dos dons repentinamente interditos. E assim ela se foi no borborinho de Montparnasse – e mesmo de longe ele sentia o andar dela no peito dele e o arfar dela no peito dele – e também o olhar entristecido, o fulgor lancinante do adeus,
a reconstituir os bons tempos do amor.
Da fruta ao verso muita água corre:
quem não sabe nadar, morre.
Quando o êxtase é orgasmo,
a gente anda sem se mover
e a diabinha dos anjos anda
para os lados de si mesma, devagar, a divagar
sobre outros desejos menos cansativos.
Ah enigmática melancolia dos crepúsculos,
o heroísmo é a renúncia e não a ganância.
Só quem ama sabe olhar e ver
(os sentidos a redemoinhar)
que o minuto mais longo da vida é o da morte,
que é o fim da sensualidade (da sensualidade
que é o não-esquecimento dos sonhados prazeres).
Como chovia nos filmes franceses!
Onde ela estava?
Onde eu estava?
O que deixei em casa?
O que procuro aqui?
Algum tempo depois, quando descansava na sombra das molduras, Panécio lembrou-se de Málaga, Florença, Los Angeles, Guarapari, Dores do Indaiá, Andover e Babilônia. Ele pintava a luz interior do rosto de Marie-Thérese Walter num extenso painel de seda, aproveitando a cintilação de um fetiche de cores sóbrias no vão da janela. Desfolhava as páginas de um romance de Proust, multiplicava as tentações de tantas doçuras ao alcance das mãos. Como captar o excesso do limitado? A seda expandia, a cor entornava, ele interrompeu a fluência, pois assim embriagado era impossível continuar. Ele tinha bebido todos os líquidos do corpo dela: ela ficou mais esbelta, ele mais obeso. De repente percebeu que a criatura superava o criador, que a cópia não mais conferia com o original. Assim não, ele pensou. Deus está brincando comigo. Começou a recitar sonetos, baladas, de meia-voz, à certa distância dela, agora tornada um mero e inerte modelo. Quando finalmente ela aquiesceu aos rogos e sucumbiu aos afagos dele, perseguida por assim dizer pelas sombras das próprias luzes que saiam das mãos deles, ela gritou: “Panécio!” Ele assustou, pulou a janela, e ela, tirando a última peça de roupa do corpo, começou a comer ameixas. E de longe eu percebia os olhos de ambos mastigando o verde rebrilhar da folhagem, uma loucura aos olhos dos anjos que diziam amém em homenagem a tudo que nela agora perfazia a perfeita imagem de uma santa grávida. E foi assim que mais um quadro se pintou no atelier do Panécio ausente.
O abraço carinhoso na oitava esfera da amplidão
é assim que uma garota nua coberta de flores
tem que posar noventa vezes seguidas!
E ele, rubicundo careca pasquácio?
A possível beleza dele seria invisível?
Seu amor ao trabalho produz uma nova realidade?
Seu amor à vida, satisfazendo o estômago o cérebro o sexo
atingiria a metafísica, abalaria o sobrenatural?
O nariz diferente de uma mulher
os braços engraçados do rapaz de boné
os terrores da paz
apesar de tudo ser tão igual, tudo é tão diferente!
A canção na janela parecia dizer cuide bem
das folhas da relva de Deus e de Whitman
sob o olhar das criaturas de Deus e de Picasso.
Assim que vieram a lua e o demônio de Sócrates
as mulheres azuis e rosas e francesas chegaram
sobre as quedas na vertigem das diversões voluptuosas
e no dorso da nuvem retilínea chegou Dora Maar
a caminhar antes do sol nascer na direção oposta,
na pretérita distância dos lenços acenando sem parar nas mãos sedosas de outras beldades, ela agora a carregar com certa dificuldade as partes do corpo (a bunda maravilhosa, o rosto igualmente lindo): por que Deus me beneficiou tanto?, ele se pergunta, assas desconfiado, agora a submergir nas trevas de uma nova paisagem, a pintar uma ária de Mozart no nariz da própria Dora Maar, a moça mais nova de uma família de sete moças aquinhoadas:
Ela é a do corpo que às vezes corre para trás
(corre até ser alcançado na contramão).
Panécio gostava de pintar os olhos dela (os olhos de uma criança um pouco estróina?), visando encontrar o que perdera nas outras (mas o que foi mesmo que perdeu nas outras?). Pensando bem ele teve uma infância bem triste e até mesmo um tanto trágica. Seria por essa causa que não podia ver uma criança, onde quer que fosse, que não conseguia segurar as lágrimas dentro dos olhos do coração?).
Onde o sol ilumina o nosso amor,
ali está a nossa lua,
bem ali na “árdua aprendizagem dos reveses”, como diria
o incrível Euclides da Cunha dos sertões nordestinos.
A cidade que sofre o controle excessivo,
morre como se estivesse dormindo.
E a bela mulher que faz dos olhos uma arma?
Ela constrói uma nova realidade para o homem?
Sim, ela diz sim, e não sabe dizer outra palavra:
no ato de capitular, ela encontra seu perdurar
(tal como lá diz a poeta Marianne Moore).
Quando morava na Rue des Grands-Augustines, já desprovido do amor e do desvelo da ingrata Françoise Gilot, ele se desordenava na bagunça das quinquilharias no chão e nas paredes, na promiscuidade das cabras, cães e gatos, na sensação animal de solidária efusão. A miséria humana tem que ser acompanhada pela violência descritiva, puxando a autocrítica para testar as manchas do sol e do piano das desgraças humanas, a execrar a crueza dos fatos e a enaltecer a gentileza dos seres, abraçando e beijando, caindo e levantando nos braços e nas pernas das mulheres de seus amores. Só mesmo o amor (assim ele poderia dizer, como Huxley depois disse) instantâneo ou definitivo (este acaso existirá, além da simples intenção?) pode fazer do desejo físico um desejo espiritual, convertendo o corpo em alma, isso através da perspicácia e da engenhosidade da arte. Pois que a natureza, como dizia Pope, é livre, tão livre que só obedece às leis que ela própria cria. E daí? Por que a civilização me tolhe e castra tanto? Quem ganha com isso? Quem perde? Ah, estou a concordar com André Gide, que não passo de um aventureiro na vida e no mundo. Também James Baldwin, abismado diante da sede e da fome do processo modernizador da humanidade, negligenciava, indagando: “que destino estará reservado a toda essa beleza compungida que desabrocha?” assim indagava, rememorando o trecho da profecia bíblica recriada no submundo popular: “Deus forneceu a Noé o sinal do arco-íris; não mais água – da próxima vez, o fogo!” Assim ele via, angustiado, ali nos umbrais da patética modernidade, o painel contextualizado de sua Guernica. Não obstante os amargos arroubos, ele não poderia passar incólume pelas estrelas como pelas gotas de chuva de maio, como depois diria Céline diante de outras nefandas estrepolias cosmológicas deslustrando o mistério sideral. Ah, ainda bem que sabia que devorado por tais enigmas, ainda assim era necessário
inventar, inventar depois de dissipar.
Anos depois ele viajava de Minas para São Paulo, visando alcançar o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. A promessa que ia fazer era: esquecer as mulheres e viver bem no esquecimento delas. Ia dar certo? Assim como Picasso, ele tinha vivido e amado um rol delas, mas agora amargava a boca nos dissabores dos desleixos: ou arranjo uma que faça minha definitiva felicidade, ou tiro todas da cabeça! Viajou dois dias e duas noites no trem de ferro da antiga Rede Mineira de Viação, dormindo aqui, acordando ali, a ver na esquisitice da sonolência o espigão que ora descia e ora subia com os vultos andantes (homens fardados? cavalos arriados?), ora em verde sobre o negrume, ora em negro sobre a verdura do terreno passageiro da janela do trem. E subitamente (Em Três Corações ou em Perdões?) a moça entrou e veio sentar a seu lado, no único lugar vago daquele vagão. Entrou toda toda prosa-e-poesia lembrando a Maria do romance de Graça Aranha, na noite da floresta, o corpo todo coberto de pirilampos. Pediu licença, precisava despedir-se das pessoas pela janela em movimento, aí ele trocou de lugar com ela – e a partir daquele momento ela passou a ser a janela e a paisagem de sua vontade de olhar. Ela suspirou, depois dos acenos de despedida que deu, e caiu em si na cadeira, bem à vontade. Portava uma aliança no dedo (e ele nem sabia se era de noivado ou de casamento). Ele olhava, despistando, para não constrangê-la. Depois das outras (ele pensa), vem essa agora, como se fosse a primeira. Quem ela me lembra? uma deusa grega? uma índia guarani? uma pastora judaica? uma diva francesa? uma cabrocha brasileira? uma emoldurada muçulmana? uma musa do Parnaso ou da Arcádia? O que posso fazer para agradá-la, sem aborrecê-la? Ela que é ela e mais ninguém, a única no mundo que ostenta o nome de Jacqueline Roque!
Tantos ninhos no corpo e na alma dela!
As árvores da Mantiqueira passam correndo pela janela.
Ela já dorme tão cedo?
O sono dela é uma espécie de aura?
Nela a Ninfa Eco repete os cantos do vale.
O jovem Narciso repete as imagens no poço:
somos aqui as duas solidões do amor?
Dormindo ela se inclina para defender-se
de outros lances.
Seu braço encosta nas nuvens?
A brasa do amor refresca no sono?
O batom desmaia nos lábios?
A luz circula o ventre aninhador
os cabelos acalmam os ímpetos
o que se apóia, mais voa.
Que mal faz se conversar comigo?
Que mal faço se a cantar, aos poucos?
Mesmo dormindo resplandece nela a fração divina do humano, a chamejar, a pulsar sem jamais extinguir, a interpelar minha fome, a replicar meus argumentos. Que mal pode haver em meu desejo mais ansioso? Quando ela acordar..., terei coragem de abordá-la? Não terei? E então: tudo se perde e nada se aproveita? Meu Deus do Céu, nenhuma aventura despontará no horizonte nestes dias tão insípidos? E a esperança (ou a promessa) de ao menos uma noite de amor eterno? Por que ela não acorda e diz “esta boca é minha, mas pode ser tua nessa noite de amor eterno”? Por que dorme tanto diante de minha insônia? E assim desistindo da prosápia, ele virou para o lado de dentro de si mesmo, abriu um dos livros de Guimarães Rosa e leu: “os meus quatrumanos: quais as caras deles iam ficando demônios...(...)....: Se todo animal inspira sempre ternura, que houve, então, com o homem?”